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ESTRUTURA NO HUCAM


15/04/2015
Jornal A Gazeta

BURACOS, MOFO E FALTA DE MÉDICOS EM AMBULATÓRIO


Além de área física precária, local tem 5 médicos para 2.200 pacientes

O jornal A Gazeta publicou uma reportagem nesta quarta-feira (15), a situação da estrutura da HUCAM.Buracos, muito mofo e até animais pelos corredores.Essa é a situação do ambulatório do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam) que atende a pacientes com HIV e Aids. Além dos problemas da área física precária, o local conta com apenas cinco médicos para atender cerca de 2.200 pacientes.

A unidade é referência no Estado nesse tipo de atendimento e, por isso,recebe constantemente novos casos, mas não possui estrutura suficiente. A denúncia da situação foi feita pela representação estadual da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV (RNP+). Apesar de oferecer atendimento a pacientes com HIV e Aids, o ambulatório do Hucam não conta com psicólogo e tem apenas uma assistente social que atende somente no período da tarde, o que faz com que o suporte social não seja completo.

IDEAL

Pelo Qualiaids, o ideal é que sejam no máximo 50 pessoas atendidas por um médico no mês. Esse é o sistema de avaliação do governo sobre a qualidade da assistência ambulatorial dos serviçosdoSUSque assistem pessoas vivendo com HIV/Aids.

Entretanto, na proporção do Hucam são 440 pacientes para cada profissional.Por conta disso, não é possível fazer acompanhamentos mês a mês que seriam ideais. Se um médico
tem que faltar e desmarca todos os pacientes de um dia, por exemplo, causa um caos para remarcação na agenda já superlotada.

A prioridade é o paciente que será atendido pela primeira vez, mas nessa situação não há como garantir uma consulta imediata.


MOFO

Na estrutura física, o prédio antigo do ambulatório precisa urgentemente de reforma e reparos. ARNP + reforça que “para um paciente de HIV e Aids, que está com imunidade baixa e sensível aos ambientes, é necessário o melhor cuidado possível com limpeza e assepsia”.

Fotos enviadas pela RNP + mostram que, ao contrário disso, o local está cheio de mofo. Há registros até de um gambá passeando no local. ARNP + procurou a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) que está administrando alguns hospitais escola pelo Brasil,inclusive o Hucam,no final do ano passado para tentar uma solução, mas não obteve resposta.


Hucam: local terá psicólogo e outro assistente social

A chefe da Divisão Médica do Hucam, Aparecida das Graças Gomes, assume que há problemas com a estrutura do ambulatório, mas diz que em 2016 as instalações deverão ser reformadas.

“Isso é parte da precariedade em que os hospitais universitários ficaram nos últimos 20 anos, mas estamos executando um plano para reestruturação da área física”, destaca. Ela salienta que o local onde hoje funciona o Programa Vigilância, Prevenção e Controle da HIV/Aids foi feito como uma estrutura temporária em 1970, mas que perdurou até hoje.

“O superintendente do Hucam (Luiz Alberto Sobral) está trabalhando com a bancada federal para conseguir os recursos”, diz. Sobre a falta de médicos, Aparecida esclarece que como último concurso realizado o local ganhará um psicólogo e outro assistente social. Ela ressalta que há interesse do Hucam em aumentar o pessoal, no entanto é necessário conseguir entendimento do governo federal para abrir mais vagas e contratar médicos.


Programa em 30 pontos na Grande Vitória e no interior

Sobre a ampliação do atendimento no Programa Vigilância, Prevenção e Controle da HIV/Aids, a chefe da Divisão Médica do Hucam ,Aparecida das Graças Gomes,diz que é necessário apoio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

“Quem gerencia o programa no Estado é a Sesa e há uma portaria do Ministério da Saúde de 2013 que remodela o financiamento dando competências aos municípios”, explica. Ou
seja, a ideia seria abrir pontos de atendimento dentro das cidades para aproximar os cuidados médicos dos pacientes e descentralizar dos hospitais escolas.

No entanto, a coordenação Estadual do Programa esclarece, por meio de nota da Sesa, que o Serviço de Atendimento Especializado (SAE) do Hucam é de responsabilidade federal. A nota diz que já há atendimento em 30 pontos na Grande Vitória e no interior do Estado,compossibilidade de ampliação para mais três cidades.“Há a intenção de que Barra de São Francisco,Nova Venécia e Piúma implantemo SAE".