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Tiroteio e Insegurança no Hospital Infantil de Vitória: Simes responsabiliza governo


26/08/2013
Comunicação Simes

Pacientes e funcionários do Hospital Infantil de Vitória viveram momentos de pânico na madrugada deste domingo (25). Um homem armado invadiu a sala de emergência da unidade a procura de um adolescente de 16 anos, baleado pouco antes no Morro do Quadro, também na Capital. O rapaz havia levado quatro tiros. Como não morreu, os mesmos homens foram ao hospital para “terminar o serviço”. De acordo com testemunhas, o homem efetuou três disparos. Ninguém foi atingido pelos tiros e o adolescente, alvo dos criminosos, conseguiu escapar.

"A cena que aconteceu num hospital público da Grande Vitória revela a situação de segurança precária em que médicos, pacientes e demais profissionais de saúde são expostos diariamente. Estamos indignados", disse o presidente do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo e vice presidente da Fenam, Dr. Otto  Baptista. O sindicato tem denunciado há anos a falta de segurança armada em hospitais e unidades de pronto atendimento da Grande Vitória e afirma que é dever do Estado preservar a segurança dentro das unidades.

"Há casos como o que aconteceu neste domingo, mas também casos em que detentos são levados para serem atendidos em unidades de saúde no mesmo horário em que os pacientes comuns. Há também situações em que os profissionais são agredidos verbalmente e até fisicamente por pacientes ou familiares. Não podemos aceitar tamanho descaso por parte do Governo", disse.

Uma auxiliar de escritório, de 26 anos, que acompanhava a filha de 7 anos internada no hospital, afirmou que estava cochilando quando aconteceram os disparos. Desesperada, ela tirou o soro do braço da filha e se escondeu, com demais pacientes, em um banheiro. “Não temos segurança nem no hospital. Você vem para cá com o seu filho, achando que está segura, mas na verdade não está. O meu medo era que alguma criança fosse atingida. Fiquei arrasada com essa situação”, disse.

O diretor-geral do Hospital Infantil de Vitória, Nélio dos Santos, afirmou que o homem chutou a porta da emergência de casos mais graves – diferente da entrada dos demais pacientes – para acessar a unidade. Segundo ele, o segurança não conseguiu impedir a entrada do criminoso. “Existe a segurança patrimonial no hospital, mas que não trabalha armada em todos os postos. O que aconteceu foi que, no pronto-socorro, há entrada livre para o paciente grave”, disse.

"Esta situação é lamentável e se não for alterado o esquema de segurança já, com a contratação de seguranças armados para todos os postos, vamos convocar uma assembleia de emergência com os médicos e até paralisar o atendimento", disse Dr. Otto, frisando que as entradas do Hospital Infantil de Vitória são vulneráveis.

De acordo com o diretor-geral do hospital, os funcionários acionaram o Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes) e a Polícia Militar atendeu a ocorrência. As imagens das câmeras de videomonitoramento do hospital serão disponibilizadas para a polícia, caso sejam solicitadas, conforme ressaltou o diretor.


O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Edmilson dos Santos, disse que é rotina da PM acompanhar pessoas feridas ou que sofreram algum tipo de violência, enquanto estão internadas no hospital, até que sejam entregues à autoridade policial competente, ou liberadas. Entretanto, de acordo com o Dr. Otto, nem sempre esta escolta é feita, o que deixa pacientes e profissionais vulneráveis à ação de bandidos.