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Vistoria da FENAM constata situação precária no hospital de Juiz de Fora (MG)


10/02/2014
Valéria Amaral

Foto de Valéria 

Uma comitiva da Federação Nacional dos Médicos (FENAM) constatou violação dos direitos humanos dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) no município de Juiz de Fora (MG). A equipe denunciou à imprensa local a falta de leitos, investimentos e recursos humanos, durante vistoria no Hospital de Pronto Socorro (HPS).
“O quadro aqui é crítico e retrata a falência do sistema público de saúde. As escalas de profissionais estão incompletas e prejudicam a população que procura este hospital”, afirmou o presidente da FENAM, Geraldo Ferreira. Também foi constado que haviam 12 pacientes graves que estavam em observação aguardando vagas em UTIs – “problema que ocorre no Brasil todo” – de acordo com avaliação da comitiva.
Para o vice-presidente da FENAM, Otto Baptista, o funcionamento de uma espécie de “hospital de custódia” no local, abrigando pacientes indiciados, processados ou suspeitos, também não está dentro do que seria aceitável, pois pode colocar em risco a segurança dos outros pacientes e acompanhantes. “Ouvimos relatos que chega a ter até 30 presos aqui. A Secretaria de Segurança Pública deveria assumir a custódia desses pacientes. Isso não é adequado. Deveria ser em um local de regime fechado e com segurança máxima”, denunciou.
Durante coletiva de imprensa, o presidente da FENAM destacou ainda outro gargalo no sistema de saúde local: a atenção psiquiátrica. “O governo quer acabar com os hospitais psiquiátricos, mas não construiu uma rede de leitos nos hospitais gerais. Há pacientes que esperam um mês no HPS por uma internação ou são encaminhados precocemente para os Centros de Atenção Psicossocial”, alertou o presidente da FENAM.
O presidente do Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora (MG), Gilson Salomão, considerou também que o número de leitos disponibilizados pelo HPS como insuficientes para atender à demanda dos pacientes do município. “A avaliação da FENAM é a mesma que denunciamos na Câmara Municipal. A questão da psiquiatria e dos acautelados é gravíssima. Os recursos humanos também são insuficientes”, destacou Salomão.