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Zika Vírus e suas manifestações clínicas


12/11/2015
Secretaria de Saúde do Estado do Espírito Santo


Foto: Imagem de Internet

A Secretaria da Saúde do Estado do Espírito Santo vem a público comunicar que foram confirmados laboratorialmente os dois primeiros casos de infecção pelo vírus Zika, ambos em Vitória, sendo um no bairro Maria Ortiz e outro no bairro Jesus de Nazareth.

No entanto, há inúmeros outros suspeitos dispersos tanto pela cidade de Vitória como por outros municípios que ainda aguardam confirmação e outros que não poderão ser confirmados por via laboratorial, somente por suspeita clínica, visto que a doença é de difícil diagnóstico laboratorial e, ainda, o Ministério da Saúde limitou o número de exames a 10 casos por semana por Estado da Federação.

A doença causada pelo vírus Zika ainda não é totalmente conhecida, por haver poucas
descrições de epidemias na literatura médica, sendo o Brasil o primeiro país a iniciar uma epidemia de grandes proporções.

A doença na sua fase aguda se assemelha à dengue, tendo como características o exantema (manchas avermelhadas pela pele), associado a outros sintomas como febre baixa, irritação conjuntival e inchaço nas articulações. Embora estes sintomas pareçam se manifestar de forma mais branda que na dengue, a infecção pelo Zika não é menos preocupante pelas conseqüências que podem advir após passada a fase aguda.

Há uma grande associação desta infecção com o surgimento da síndrome de Guillain Barré em alguns pacientes acometidos. Trata-se de uma doença neurológica que ocorre entre 7 a 14 dias após a doença viral, de extrema gravidade e que ocasiona paralisia progressiva da musculatura, podendo inclusive atingir músculos respiratórios e levar à morte.

No Nordeste brasileiro, que já passou por uma epidemia do vírus Zika no n final do ano de 2014 e no início de 2015, uma notícia de grande importância vem nos preocupando, embora não haja uma confirmação concreta. Nos estados do Rio Grande do Norte e de Pernambuco, tem-se observado um aumento significativo no nascimento de crianças com microcefalia (uma diminuição desproporcional do tamanho da cabeça e, assim, do tamanho do encéfalo, com conseqüências graves no desenvolvimento neuropsicomotor das crianças afetadas).

Estes casos foram estudados e não se detectou quaisquer das infecções que habitualmente causam malformações no bebê, como rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus ou alterações genéticas. Também se investigou as mães e se verificou que as mesmas tinham adquirido infecção altamente suspeita de Zika (embora sem confirmação laboratorial) no primeiro trimestre da gravidez. Os casos estão sendo estudados em conjunto pelas Secretarias de Saúde, pelo Ministério da Saúde e pela Organização Panamericana de Saúde.

Embora não seja confirmado que o vírus Zika seja o causador de tais malformações, há uma forte suspeita e, diante da gravidade do acometimento, entendemos que, até que se confirme ou se descarte tal associação, todas as medidas de precaução da doença sejam tomadas. É de crucial importância que a população compreenda que o combate à Dengue, à Chikungunya e à Zika está fundamentalmente ligado ao controle do Aedes aegypti. Cada cidadão deve tomar todas as medidas possíveis e verificar em toda sua residência e local de trabalho a existência de criadouros do mosquito, com o intuito de exterminá-los, evitando riscos para si e para terceiros.

Diante das três graves doenças atualmente transmitidas pelo Aedes aegypti no Brasil não é exagero afirmar que é um dos maiores problemas de saúde existente em nosso país na atualidade.

Só o combate ao mosquito é capaz de evitar a transmissão de doenças graves, muitas
vezes letais e que podem deixar seqüelas de gravíssimo impacto na população.

Roberto Laperrière Junior
Tálib Moysés Moussallem
Theresa Cristina Cardoso da Silva
GILSA APARECIDA PIMENTA RODRIGUES
CD Estratégica de Vigilância em Saúde