SIMES | Notícia
Simes

Notícias

Simes cobra do Estado soluções para a saúde pública


21/09/2012
Comunicação Simes   |   Whilzi Gonçalves

O Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes) participou na manhã desta sexta-feira (21/9) da reunião convocada pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) com a Associação Médica do Espírito Santo (Ames) e representantes da Igreja Católica, Ministério Público e a Secretaria Estadual de Saúde (SESA) para a discussão de propostas para melhorar a saúde no Espírito Santo.

O motivo da reunião são as constantes denúncias da situação precária de atendimento nos hospitais públicos da Grande Vitória, em especial o Hospital São Lucas que foi chamado por um médico que atua na unidade de atendimento de “rascunho do inferno”.

Com o desabafo do médico, o Sindicato agiu, fazendo uma visita para fiscalizar o hospital e constatou que, além da superlotação, de pacientes nos corredores e até em macas próximas ao chão, havia falta de higiene e condições sub-humanas para o trabalho dos profissionais e para os pacientes. “Verificamos que haviam pacientes entubados dentro do centro cirúrgico aguardando vagas que não existiam”, disse o presidente do Simes e vice-presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Dr. Otto Baptista.

Na reunião desta sexta-feira, o Simes apresentou algumas propostas para minimizar o problema da saúde pública no Espírito Santo. De acordo com Dr. Otto, a primeira ação seria a Secretaria Estadual de Saúde assumir a gestão do Hospital da Polícia Militar, prédio onde funciona temporariamente o Hospital São Lucas.

“Hoje a gestão é feita pelos militares e está ligada à Secretaria de Segurança. O espaço físico destinado aos atendimentos do São Lucas é pequeno e há leitos ociosos que poderiam ser aproveitados. Seriam mais leitos disponíveis o que ajudaria a descongestionar os corredores e melhorar a mobilidade e funcionalidade do atendimento”, disse Dr. Gustavo Picallo, diretor de Comunicação do Simes que esteve na visita de fiscalização e na reunião com o CRM.

Outra medida seria a compra de leitos, inclusive de UTI, no Hospital da Associação de Funcionários Públicos de Vitória, minimizando o problema da superlotação da rede pública em geral. O Simes também sugeriu que fossem normatizadas as transferências de pacientes dos municípios que possuem unidades de Pronto Atendimento (PAs) para o HSL.

O Simes solicitou ainda à Secretaria de Saúde, investimento financeiro e em equipamentos para os hospitais filantrópicos em municípios do interior do Estado, como é o caso do Hospital Padre Máximo e da Fundação Hospitalar de Domingos Martins na região serrana.

De acordo com Dr. Otto, o Simes está fazendo o seu papel de defender os médicos e os 60 pacientes que estavam no chão do Hospital São Lucas e solicitando a sua interdição ética. “Quando se fala em intervenção ou interdição ética, os gestores não gostam, mas é uma responsabilidade muito grande manter o nosso compromisso de prestar o melhor atendimento e não ficar exposto a ferir o primeiro artigo do código de ética médica, que é causar dano ao paciente”.

“Fazemos o papel de acionar o Ministério Público e fica ao encargo dele tomar as devidas providências quanto às denúncias. Não estamos no denuncismo. Temos colocado no papel os problemas que encontramos e colocamos também nossas propostas de solução. Infelizmente os gestores não estão acatando nossas sugestões e não querem discutir os recursos que, muitas vezes, são direcionados para a terceirização. O Simes e a Fenam nunca ficaram omissos”, finalizou.