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Cubana do Mais Médicos pede asilo aos deputados do DEM


05/02/2014
FENAM

Foto Internet
Médica cubana diz que não sabia que haveria diferença entre os ganhos de médicos estrangeiros 


Conforme noticiou o Portal Terra, uma médica cubana do programa Mais Médicos que trabalhou em Pacajá (PA), fugiu para a Câmara dos Deputados, onde ficará abrigada na liderança dos Democratas (DEM). A profissional disse que fugiu de seu local de trabalho por ter se sentido enganada ao ficar sabendo que receberia menos que outros médicos do programa. O DEM afirma que pedirá asilo político para a cubana no Ministério da Justiça.

A médica Ramona Matos Rodrigues, 51 anos, assinou contrato para atuar no Brasil no dia 27 de setembro do ano passado. Ela afirma ter sido informada em Cuba que receberia US$ 400 por mês no País (aproximadamente R$ 966) e que outros US$ 600 (R$ 1.450) seriam depositados em uma conta em seu país, valor que poderia sacar no fim do programa, além de R$ 750 em auxílio alimentação, estadia e transporte.

A médica disse ao Portal Terra que quando chegou ao Brasil em outubro, ficou sabendo que profissionais de outros países receberiam salário mensal de R$ 10 mil. “Quando eu estive no curso, estiveram outros médicos de outros países, argentinos, colombianos, que falavam para nós que iam ganhar R$10 mil reais. Quando eu vi que havia esta diferença, eu me senti muito mal. Me senti enganada”, disse a médica, natural de Havana ao jornalista. Ela conta que achou o salário bom inicialmente, pois ganhava US$ 30 por mês em Cuba, mas que não imaginava que o custo de vida no Brasil seria alto.

Ramona alega ter fugido na última sexta-feira e não detalha como chegou sábado a Brasília, onde encontrou o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO). Ela foi levada pelo parlamentar ao plenário da Câmara na noite desta terça. A cubana disse ter sido avisada por uma amiga que a Polícia Federal (PF) procurou por ela depois de ter deixado a cidade. Ela teme ser presa e deportada para Cuba. O contrato assinado por ela não fala em deportação.

O deputado Ronaldo Caiado colocou em dúvida a razão social da empresa com quem o governo brasileiro assinou os contratos. Segundo ele, o governo alegava que se tratava de um convênio com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), enquanto o contrato indica que a médica assinou contrato com a Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos. ”Essa é a utilização explícita da mão de obra escrava”, criticou.