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Igreja evangélica funciona há um ano como unidade de saúde na Serra


16/07/2014
LEIA-SE

Foto: SIMES


Por Andressa Mian/amian@leiase.com.br

O portal de notícias “Leia-se” publicou uma matéria ontem (15), sobre a Blitz que foi feita na unidade de saúde de Carapina Grande, na Serra, pelo Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (SIMES) e juntamente com a Defensoria Pública do Estado, para comprovar as irregularidades que existem na unidade. Em que está atendendo a população em uma igreja, que inclusive está em péssimas condições como falta de estrutura, lixo pelo chão, rachaduras nas paredes, entre outros.

Confira a matéria na íntegra:

A unidade de saúde do bairro Carapina Grande, na Serra, está funcionando temporariamente dentro da Igreja Assembleia de Deus do bairro há pelo menos um ano.A informação partiu de uma denúncia feita pelo Sindicato dos Médicos e pela Defensoria Pública do Estado que realizou uma visita ao local na manhã desta terça-feira (15).

Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos, Otto Baptista, a situação encontrada no local é de risco para os médicos e para os pacientes.“Encontramos um ambiente completamente insalubre com paredes mofadas, lixo descartado em local inadequado, banheiro sem a mínima limpeza e bebedouros sujos. É um absurdo uma unidade de saúde funcionando desta forma com a conivência da prefeitura”, desabafou.

Os defensores Luiz Cesar Coelho, Elias Gemino e Hélio Antunes, do Núcleo de Saúde da Defensoria Pública estavam presentes durante a visita ao posto improvisado e também constataram os problemas.

De acordo com Luiz Cesar Coelho, o local não tem a mínima condição para funcionar. “Lá atendem médicos do programa Mais Médicos e também médicos recém-formados sem nenhuma condição de trabalho. Percebemos até fios desencapados em salas onde são feitos atendimentos. Um absurdo com a conivência do poder público municipal”, afirmou.

O defensor afirmou ainda que será instaurado um processo administrativo para investigar as irregularidades, e caso necessário, uma ação para o fechamento do local.

“Vamos ouvir o que a prefeitura tem a dizer e esperar que haja uma ação voluntária por parte da secretaria de saúde para a solução do problema. Se nada for resolvido entraremos com uma ação para fechar o local”, afirmou Luiz Cesar.

Maternidade de Carapina

Após a visita a unidade de saúde improvisada, os defensores públicos e integrantes do sindicato dos médicos foram até a maternidade de Carapina.

No local, segundo Otto Baptista, a equipe se deparou com duas gestantes instaladas no corredor da maternidade. “Uma das gestantes estava com um quadro de abortamento e a outra grávida de quatro meses. Além disso, foi constatado um número reduzido de médicos para a demanda do local e apenas um banheiro sendo usado de foram coletiva, sem nenhuma privacidade para as parturientes”, relatou.

O secretário municipal de saúde da Prefeitura da Serra, Luiz Carlo Reblin, informou que a unidade de saúde passou a funcionar nas dependências da Igreja Assembleia de Deus porque foi o único local que a prefeitura considerou mais adequado no bairro para o atendimento da população.

Ele argumentou também que a unidade de saúde do bairro está passando por reforma e ampliação para garantir um melhor atendimento aos moradores. A obra, segundo Reblin, tem previsão de entrega para o mês de setembro.

“Não foi possível continuar dentro da unidade devido ao tamanho da reforma. Queremos dar melhores condições para a população e é claro que sabemos que a situação atual não é boa, mas estamos trabalhando para mudar isso”, afirmou.

Em relação à situação da maternidade, o secretário informou que não tinha conhecimento do atendimento das duas pacientes nos corredores da maternidade.“Quando não há vagas em Carapina, as pacientes são transferidas para maternidade de outros municípios. As de alto risco são encaminhadas para o Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves. Não fomos informados sobre essa situação”, afirmou.