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Simes convoca assembleia com corpo clínico do Hospital dos Ferroviários


15/01/2013
Comunicação Simes   |   Whilzi Gonçalves

Após anúncio do governo do Estado de Espírito Santo de suspensão do convênio com o Hospital dos Ferroviários, o Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes) convocou assembleia do corpo clínico para esta quarta-feira(16/01), às 19 horas na sede do Sindicato, para definir as ações a serem tomadas em defesa dos profissionais que lá atuam.

O convênio soma recursos da ordem de R$ 17,9 milhões anuais, sendo R$ 8,3 milhões de recursos estaduais e R$ 9,6 milhões de recursos federais, que não serão mais pagos e a prestação de serviços como internação clínica, hemodiálise, cirurgias não urgentes de ortopedia, bucomaxilofacial, varizes, otorrino e ginecológica já foi suspensa, sendo deliberada a demissão de 50% do quadro do hospital nesta terça-feira.

A decisão pela convocação da assembléia desta quarta-feira partiu de uma reunião do Sindicato com o corpo clínico do Hospital, convocada pelo seu diretor clínico Dr. Egliff Negreiros e realizada no dia 11 de janeiro, onde foi deliberado que o Simes será o representante oficial dos médicos nas negociação trabalhistas, frente ao iminente fechamento dos hospital por falta de recursos. O Simes, por meio do seu Departamento Jurídico, representado pelo seu advogado Dr. Luiz Télvio Valim, solicitará a mediação do Ministério Público do Trabalho para averiguar as irregularidades nos contratos dos médicos, que não são firmados de acordo com a CLT.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos e vice-presidente da Fenam, Dr. Otto Baptista, a decisão da Secretaria Estadual de Saúde pela suspensão do convênio foi tomada após constatação de irregularidades com o uso dos recursos pela administração do Hospital. Além da má gestão por parte da OS responsável pela administração do Hospital, a auditoria revelou a precariedade da relação de trabalho e o descumprimento da legislação trabalhistas.

“Verificamos que os médicos estão tendo a retenção de 10% dos salários, há vários meses, sem que uma formal comunicação e autorização dos profissionais fosse feita, por exemplo. No mês de dezembro foram retidos 30% dos salários, com a alegação de que era preciso complementar a folha de 13º dos outros funcionários. Além dos atrasos, sequestros de parte de seus salários em folha de pagamento dos médicos, os médicos ficaram totalmente prejudicados”, disse Dr. Otto, enfatizando que a situação já chegou aos conhecimento da Fenam em Brasília.
“Como representante único e legal nestas causas, Simes já se comprometeu de imediato a representar todos os médicos em todas as instâncias para garantir os seus postos de trabalho, salários, direitos trabalhistas. Os médicos não querem que o hospital feche suas portas, eles tem alí o seu local de trabalho e sustento, onde mudaram completamente a imagem negativa que existia naquele hospital, aumentando as especialidades com profissionais renomados, o número de cirurgias, consultas, internações clínicas, desafogando a rede estadual de saúde e, através deste trabalho, contribuem diretamente na questão social”, disse Dr. Otto.

O presidente do Simes salienta que os médicos não podem ser penalizados por incompetências de gestão por parte do hospital e menos ainda por parte da Secretaria de Saúde, que deixou a desejar quanto à fiscalização da OS que administra do hospital. “A Sesa dormiu no ponto quanto a fiscalizar o caminho do dinheiro encaminhado àquele hospital e gerido por uma OS. O modelo de gestão tão idolatrado pelo Governo do Estado, se mostra cada vez mais incapaz de administrar os hospitais”, finalizou.

Com a demissão de 50% do quadro de funcionários, o número de cirurgias no hospital cai de 800 procedimentos mês para 300 e o primeiro centro de tratamento de dependentes de álcool e drogas do estado com 16 leitos, também vai deixar de atender.