SIMES | Notícia
Simes

Notícias

Outros serviços como exames de corpo de delito e de alcoolemia seguem parados até nova decisão da categoria


25/03/2014
Gazeta Online

No dia 25 de março, o portal Gazeta Online publicou uma matéria sobre as más condiçõesda estrutura do DML Vitória . A matéria foi produzida após denúncia feita pelo Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes) que enviou fotos e videos ilustrando as péssimas condições de atendimento Leia abaixo a reportagem publicada pelo Gazeta Online na íntegra .

“Serviços como liberação de corpos, perícia para seguro e exames de corpo de delito e alcoolemia estão paralisados nos Departamentos Médicos Legais (DML) de todo Espírito Santo, por tempo indeterminado. Os médicos legistas cruzaram os braços na noite desta segunda-feira (24), e afirmam que não vão retornar ao trabalho até que o Governo do Estado atenda suas reivindicações.A categoria reivindica melhorias salariais e na infraestrutura dos DMLs. Eles querem um aumento no número de profissionais e equiparação salarial com a dos médicos ligados à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Segundo a Associação de Medicina Legal do Espírito Santo, apenas 35 médicos atuam no Estado - desses, 12 estão em Vitória -, enquanto o ideal para atender as demandas dos Departamentos seria 150 médicosPor mês, são realizados nos DMLs cerca de 2.500 exames - como corpo de delito e alcoolemia -, e 300 necrópsias. E muitas vezes fica apenas um ou dois médicos de plantão durante um dia, ou até mesmo uma semana. A categoria ainda alega ter o pior salário do país, tendo um inicial de R$ 3,8 mil, enquanto a media no Brasil é de R$ 8,5 mil.


Nesta segunda-feira, os legistas se reuniram no Palácio da Fonte Grande com o governador Renato Casagrande, mas como não foram apresentadas propostas satisfatória pelo governo, alega o advogado dos Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes), Luiz Télvio Valim. Causou revolta ainda a expedição de uma medida judicial no último sábado (23), declarando ilegal qualquer paralisação dos médicos, sob pena de prisão.

"Eles estão parados para chamar a atenção do governo nessa fase. Porque se o governo tem que dar algum aumento, esse prazo vence no dia 4 de abril. O governo está protelando isso para que cause um impedimento legal de atender os pleitos da categoria", disse.

A paralisação causou revolta em pessoas que procuravam os serviços do DML na manhã desta terça-feira (25), como é o caso do garçom Fernando Augusto Pimentel, 34 anos, que tentava liberar o corpo do filho de 8 anos, morto após ser atingindo por um bloco de concreto, na noite desta segunda-feira, em Cariacica.


"Para eles é um ser humano que já foi e não tem jeito de voltar. Para nós é um parente que precisa ser liberado para ser enterrado, se depender deles, fica lá guardado para sempre", afirmou.


DMLs de Vitória, Colatina, Cachoeiro de Itapemirim e Linhares estão com os serviços prejudicados. Vídeos feitos por profissionais que atuam no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória apresentam as situações do local, como paredes de salas sem azulejos, caixas de materiais e até ossadas - datadas de 2007 - empilhadas e jogadas em um canto. O Conselho Regional de Medicina, segundo Valim, fez uma vistoria no local, e os médicos legistas vão pedir a interdição do DML. Já a Secretaria Estadual de Segurança Pública, por meio da assessoria de comunicação, declarou que os médicos estão descumprindo uma medida judicial e que espera que eles retornem ao trabalho”.