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Mais Médicos é um problema em toda a América Latina


30/06/2015
Fenam


Foto: Cleidiane Vila Nova

A mesa do último dia do XII Congresso Fenam debateu perfil do trabalho médico na América Latina: remuneração, condições de trabalho e migrações. Fizeram parte da mesa os representantes da CONFEMEL Aníbal Cruz, vice-presidente institucional, Douglas Natera, vice-presidente de assuntos profissionais, e Alexis Castillo, vice-presidente da Regional Centro-americana e do Caribe.

Foram destacados os problemas concretos da migração de médicos para todas as partes da América Latina, oriundos principalmente de Cuba.

''Existe uma má distribuição dos médicos dentro do próprio país. Mas o governo demonstra incapacidade de resolver este problema, culpando o médico pela ausência de atendimentos. Este mesmo governo tem alterado dados estatísticos de atendimento após a instalação da brigada médica Cubana na Bolívia'', revela Aníbal com relação ao governo Boliviano.

O abandono do programa Mais Médicos pelos imigrantes Cubanos tem sido um problema para os países que aderiram ao programa. Sempre que o médico tem um problema em uma comunidade, ele deserta o programa e aquele espaço fica sem a assistência médica. Além disso, as diferenças culturais e a falta de entendimento no idioma tem gerado avaliações erradas aos pacientes.

Para os pacientes é um grande risco, já para o governo Cubano tem sido um negócio bem lucrativo exportar seus médicos. ''Os médicos se converteram em principal produto de exportação do país. Existe muito dinheiro envolvido'', disse.

O Brasil, por exemplo, paga hoje ao governo Cubano um bilhão pela importação de 10 mil médicos. Cuba recebe no total, anualmente, oito bilhões pela exportação de médicos para toda a América Latina.

Alexis Castillo falou sobre o despreparo destes médicos que tem uma formação inferior ao restante da educação médica oferecida em outras partes da América do Sul e destacou a importância da revalidação do diploma destes profissionais, além do registro para que se saiba se ele cumpre ou não os requisitos necessários para atuar em determinado país.

Para Castillo, a unidade política entre os países é importante para que se defenda os interesses dos médicos. ''É importante que exista uma comunicação mais efetiva entre os países e a aproximação com organizações políticas de outras localidades, pois os problemas da migração médica na América Latina são semelhantes em todos os países.''

Jorge Darze concluiu o debate e corroborou com a fala do colega, afirmando que a realidade no Brasil é realmente semelhante ao que acontece na Bolívia e no México, por exemplo.''A unidade Latino-americana é fundamental para enfrentamento deste projeto que afronta a dignidade médica. Esta unidade é que vai garantir a vitória do movimento médico mundial'', finalizou.