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Unidade de saúde funciona há quase um ano em igreja


16/07/2014
Gazeta Online

Foto: SIMES

O portal de notícias “GAZETAONLINE” publicou uma matéria ontem (15), sobre a Blitz em que o Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (SIMES) e a Defensoria Pública, fizeram na unidade de Carapina Grande, na Serra, para comprovar irregularidades no local, em que estava atendendo a população em uma igreja.

Confira a matéria na íntegra:

A unidade de saúde de Carapina Grande, na Serra, está funcionando dentro de uma igreja evangélica do bairro há quase um ano. Como o prédio da unidade está em obras, a prefeitura deslocou o posto de saúde para o pátio da igreja.

Sem condições adequadas para ser um local de atendimento médico, a unidade improvisada foi alvo de vistoria da Defensoria Pública do Estado, em parceria com o Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes), nesta terça-feira (15). No local, os defensores encontraram irregularidades e condições insalubres e podem pedir o fechamento da unidade.

As atividades religiosas da igreja funcionam no segundo andar do prédio. No pátio, localizado no primeiro andar, há algumas salas que são utilizadas como consultório médico e laboratório de exames.

Na vistoria, três defensores públicos encontraram material coletado, como sangue, em locais inadequados, sem a conservação necessária. Além disso, há mofo em diversos cômodos, lixo jogado no chão, fios expostos, riscos de incêndio, paredes rachadas e pacientes esperando pela consulta em um corredor que fica ao ar livre.

Segundo o defensor público Luiz César Costa, que faz parte do Núcleo de Atendimento Integral à Saúde, o fechamento do local pode ser solicitado. “Isso aqui não pode nem ser considerado uma unidade de saúde. Não vejo outra opção, só o fechamento”, explicou.

O presidente do Simes, o médico Otto Baptista, diz que essa já foi a terceira inspeção no local. Agora, com o auxílio da Defensoria Pública, o sindicato espera que medidas sejam tomadas. “A falta de higiene é total. Até um corpo já foi velado no local, em meio aos atendimentos“, disse.

Moradora do bairro, Maria Aparecida de Aguiar precisa buscar atendimento no local. “A gente chega aqui às 7h para ser atendido às 11h. Se for pra beber água, tem que trazer copo de casa. Banheiro, nem se fala. E, quando vai ser consultado, tem de esperar na chuva“, diz.

A Maternidade de Carapina também foi vistoriada. No local, foram constatados problemas organizacionais, como a falta de médicos, superlotação, falta de vagas e escalas inadequadas. A prefeitura será notificada pela Defensoria Pública para tomar as medidas cabíveis.

Outro lado

Posto reformado em setembro

O secretário municipal de Saúde, Luiz Carlos Reblin, explicou que, no ano passado, a prefeitura buscou melhorar as unidades existentes e, por isso, iniciou uma reforma no posto de Carapina Grande. Com isso, alguns serviços foram colocados temporariamente na igreja, único local encontrado na região disponível para os atendimentos. “Lá não é uma unidade de saúde, não tenho dúvidas. Mas, para não parar o serviço, a única solução encontrada foi levar os atendimentos para essa igreja”, explica. Segundo Reblin, em setembro deste ano a unidade de saúde de Carapina Grande será reinaugurada e para de funcionar no espaço utilizado atualmente, que foi cedido, sem custos, pela igreja. Sobre os problemas encontrados, ele garante que melhorias na higiene do local serão feitas. A reforma do posto custou R$ 1 milhão.