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Vaga em UTI de hospital nem com ordem da Justiça


17/03/2015
Jornal A Tribuna

Foto de Internet


Conforme noticiou o Jornal A Tribuna desta terça-feira (17),quem busca alívio da dor nos hospitais e prontos-atendimentos da Grande Vitória pode encontrar mais problemas.É o caso da família do vigilante João Luis Passos de Jesus, 50 anos, que nem mesmo com dois mandados da Justiça conseguiu uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com a agilidade que ele precisava para tratar uma infecção urinária grave e diabetes.

A irmã dele, a costureira Claudete Mara de Jesus, 54, estava com o rosto e os ombros queimados de sol dos cinco dias de espera no pátio do Pronto Atendimento (PA) da Glória, Vila Velha. A transferência de João Luis para o hospital já tinha sido determinada pela Justiça por duas vezes, segundo ela.

“Não respeitam nem a Justiça mais. O juiz me deu liminar na sexta, às 18 h, com ordem para que conseguissem vaga para ele imediatamente. Mas isso não aconteceu.”
No sábado, a costureira e a irmã Rosimery Passos de Jesus, 47, voltaram a procurar a Justiça e disseram que o irmão não havia sido transferido e o estado dele era grave.
O previsto na liminar era que a cada dia de descumprimento a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) pagaria multa diária de R$ 10 mil.

“O juiz deu nova liminar para ser cumprida até as 7 h de hoje (ontem). Mas só agora, às 16 h, estão levando o meu irmão para o hospital, depois que o oficial de Justiça esteve no hospital”, disse Claudete.

A reportagem de A Tribuna tomou conhecimento do drama da família e entrou em contato com a Sesa, que no fim da tarde informou que uma vaga foi com comprada pelo Estado no Hospital Santa Úrsula e o paciente foi transferido.
Mas o quadro na saúde na Grande Vitória não está bom. A reportagem circulou pelos hospitais e pronto atendimentos da região e ouviu várias queixas de pacientes sobre superlotação, falta e demora no atendimento e ainda falta de estrutura.

“É uma falta de respeito”

A comerciante Cirlene da Silva Santos, 32, estava esperando a mais de três horas para que a filha passasse pela triagem do Pronto Atendimento (PA) da Glória, em Vila Velha, e fosse atendida. “I ss o é uma falta de respeito, um monte de criança 'cozinhando' de calor na recepção e mais de três horas de espera.”
A prefeitura informou que, historicamente, segunda-feira é o dia de maior movimento no PA, e mesmo assim todo paciente classificado como emergência foi atendimento imediatamente


Sem material para diagnóstico

O empresário Leonardo Bittencourt Pazeto, 33, contou que a filha de 2 anos está se recuperando no Hospital Infantil de Vitória de uma cirurgia para a retirada de água nos pulmões, após buscar atendimento no Hospital Infantil de Vila Velha.

Ele afirmou que na última semana esteve no hospital de Vila Velha com a filha por causa de uma dor de ouvido, esperou atendimento por 12 horas e a médica fez a consulta em três minutos. “Ela passou um remédio, mas nem pôde examinar o ouvido da minha filha. A médica disse que não tinha o aparelho. Fomos para casa, mas ela piorou muito e teve de passar por cirurgia.”