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Sindicato quer que hospital lotado pare de receber acidentados no ES


18/09/2012
G1 - ES

Comunicado foi entregue aos órgãos responsáveis por primeiros socorros. Familiares de pacientes relatam os problemas no Hospital São Lucas.

O Sindicato dos Médicos do Espírito Santo enviou um documento que pede para a Central de Regulação de Vagas, ao Samu, ao Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes) e ao Corpo de Bombeiros que vítimas de acidentes de trânsito não sejam encaminhadas ao Hospital São Lucas. A unidade estava com 13 pacientes no centro cirúrgico e todas as salas de operação e emergência estavam ocupadas na noite deste domingo (16). O secretário de estado da Saúde, Tadeu Marino, disse que “o hospital faz muito, apesar das más condições”.

O presidente do sindicato Otto Baptista denuncia a superlotação no Hospital São Lucas. “Ele está lotado, não tem mais leito, existem pacientes no centro cirúrgico aguardando vaga. E, para que não aconteça um tumulto e dificuldade na mobilidade do paciente de um setor para o outro, foi pedido que não venha paciente cirúrgico para o hospital", disse.

Familiares de pacientes relatam os problemas na unidade de saúde. A agente de saúde Célia Souza, que tem um irmão internado há dez dias no corredor do hospital, contou que as condições são complicadas para os pacientes. "Ele já sofre com a doença, se é encaminhado para o hospital, espera melhoras. Mas o problema é que você pode voltar pior do que entrou", contou Célia.

O secretário de Saúde Tadeu Marino, em entrevista ao Bom Dia ES, pontuou que a demanda do hospital tem sido alta e houve uma queda nos leitos por conta da mudança dos atendimentos que foram para o Hospital da Polícia Militar (DHPM). "Mesmo com essas condições, o São Lucas continua atendendo cinco mil pacientes por mês, interna 500 e faz 300 cirurgias e salva muitas vidas", disse.

'Rascunho do Inferno'
Na semana passada um médico neurocirurgião que trabalha no Hospital São Lucas há 20 anos desabafou em uma rede social da internet e disse que o lugar parece um rascunho do inferno. Segundo Paulo Roberto Paiva, há até moscas no centro cirúrgico. “A saúde está um caos. O Hospital São Lucas estava insuportável. A sala de emergência, lotada, e o Samu trazendo mais pacientes graves a cada minuto. É o verdadeiro rascunho do inferno”, desabafou.