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FENAM repudia anúncio de importação de 6 mil médicos cubanos pelo governo brasileiro


08/05/2013
Fenam

A Federação Nacional dos Médicos (Fenam) repudia a atitude do governo brasileiro de trazer 6 mil médicos cubanos para trabalhar no interior do país. O anúncio foi feito recentemente pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, com a justificativa que o Brasil sofre de déficit de profissionais de medicina. Já o presidente da FENAM, Geraldo Ferreira, esclarece que a defasagem no número de profissionais para atender nas periferias das grandes cidades se deve à falta de subsídios e convênios que valorize o trabalho.

"A maioria das prefeituras não tem condições de pagar os médicos. O governo precisa estimular a criação do piso salarial e plano de carreira, com repasses para os municípios carentes. Só dessa forma teremos contratação nacional adequada".

O ministro Patriota explicou sobre a organização do governo para receber os médicos estrangeiros depois de um encontro com o chanceler de Cuba, Bruno Rodriguez. A ação começou a ser negociada em janeiro de 2012, quando a presidente Dilma Rousseff visitou Havana pela primeira vez. E ainda há dúvidas, de como esses profissionais serão avaliados para poderem exercer a medicina da forma que é exigida no Brasil.

O presidente da Federação argumenta que seguir esse caminho não assegura o atendimento de qualidade para a população e dentro dos moldes do no nosso país. Para ele, o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras (REVALIDA) é a única maneira de avaliar corretamente o ensino da medicina fora do Brasil.

"Comprovadamente, os médicos formados no exterior não correspondem às necessidades do mercado brasileiro, a formação é duvidosa, precária e deficiente. Prova disso foi o resultado do último Revalida que admitiu apenas 14% dos inscritos", concluiu.

A diretoria da FENAM participará essa semana do VI FIEM, da Confederação Médica Latinoamericana e do Caribe, em Portugal, e na ocasião levará sua posição de alerta em relação à questão e explicará os verdadeiros mecanismos que podem solucionar o problema. Ainda no encontro, a Comissão de Direitos Humanos da entidade apresentará relatório acerca do quadro calamitoso em que se encontra a saúde pública do Brasil. A Federação também vem acompanhando a revolta dos médicos brasileiros nas redes sociais e está averiguando a possibilidade de uma greve geral.