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Simes nega que profissionais tenham provocado superlotação


18/09/2012
Gazetaonline   |   Samanta Nogueira

O Sindicato dos Médicos (Simes) negou que profissionais tenham convocado pacientes eletivos, que não necessitam de urgência para atendimento, para darem entrada no Hospital São Lucas e superlotarem o hospital neste final de semana. A situação foi apresentada pelo Secretário de Saúde, Tadeu Marino, em entrevista a Rádio CBN, nesta segunda-feira (17). Marino afirmou que pacientes teriam sido convocados em casa para darem entrada no Hospital.

De acordo com o presidente do sindicato, Otto Batista, o secretário terá que mostrar provas documentais para confirmar a sua declaração, mesmo se tratando de um fato não confirmado pela Secretaria.

O presidente do Sindicato dos Médicos afirmou que é inadmissível dizer que o colapso no Hospital São Lucas seria responsabilidade dos médicos. Para ele, com a carga de trabalho dos profissionais em uma unidade de urgência e emergência, não seria possível convocar pacientes para provocar congestionamento no hospital.

"Seria humanamente impossível um médico, durante o seu trabalho, ainda estar arrebanhando pacientes para poder tumultuar ou congestionar atendimentos ou até atrasar altas de pacientes. É uma denúncia muito séria que foge à rotina do trabalho médico", disse.

Ele acrescentou que o secretário de Saúde deve comprovar documentalmente a afirmação realizada na entrevista. "Fica a cargo do Secretário de Saúde, fazendo uma denúncia como essa, mostrar as provas para que as pessoas tomem conhecimento", falou.

A situação foi revelada nesta segunda-feira (17) pelo Secretário de Saúde, Tadeu Marino, em entrevista a Rádio CBN. Uma equipe de auditores foi ao São Lucas na manhã desta segunda verificar a informação recebida pela Secretaria.

“Foram convocados em casa por médicos de hospitais. Foram informações que tivemos. Não podemos confirmar. Essa auditoria vai fazer uma análise de todos os pacientes que foram atendidos no São Lucas de sexta-feira (14) a noite até a manhã desta segunda. Vamos saber se essa carga é proposital”, afirmou.

Pacientes confirmam superlotação

De acordo com familiares de pacientes, o Hospital São Lucas está superlotado. A atendente Rosângela Mara Assunção disse que há diversos pacientes no corredor da unidade, em macas e cadeiras. A irmã dela, Zélia Maciel, 60 anos, aguarda em uma maca no corredor desde sábado (15), para fazer uma cirurgia no pé.

"É um descaso muito grande por parte do Governo. As pessoas que precisam do atendimento estão sendo tratadas com dignidade. A minha irmã está no corredor, esperando para fazer uma cirurgia. É um absurdo", frisou.

O sargento Cléber Lucas da Silva contou que o seu irmão, Antônio Marcos Lucas Silva, está no centro cirúrgico desde sábado aguardando transferência para uma UTI. "Não há previsão de quando ele vai ser transferido. Ninguém dá uma resposta para a gente. Só falam que o estado de saúde dele é grave. Alguém precisa tomar uma providência", disse.

Neste domingo (16), as salas foram interditadas e cirurgias foram suspensas pelos médicos. De acordo com a Secretaria de Saúde, o centro cirúrgico do São Lucas está funcionando normalmente nesta segunda-feira. No entanto, o Sindicato dos Médicos informou que é impossível realizar cirurgias até a retirada dos 11 pacientes que estão no centro cirúrgico e dos sete pacientes da Sala Vermelha (onde ficam os casos mais graves para serem estabilizados).