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Sindicatos denunciam situação precária em maternidades do Estado


14/04/2014
Leia-se   |   Andressa Main

O portal Leia-se publicou nesta segunda-feira (14), uma matéria sobre a realidade da gestante capixaba é bem diferente do que está sendo mostrado pelo governo em sua propaganda institucional sobre a Rede Bem Nascer. A assistência às grávidas e aos bebês e os partos realizados na rede pública, veiculados como algo de primeiro mundo; na realidade, são precários. Leia a matéria na integra.
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"De acordo com os sindicatos da saúde do Estado,a realidade da gestante capixaba é bem diferente do que está sendo mostrado pelo governo em sua propaganda institucional sobre a Rede Bem Nascer. A assistência às grávidas e aos bebês e os partos realizados na rede pública, veiculados como algo de primeiro mundo; na realidade, são precários. Envolvem má gestão estadual e também municipais. Somente na Grande Vitória, existe uma carência de 300 leitos para gestantes. Apesar daadministração de Renato Casagrande inaugurar até o final de 2014 mais de mil novos leitos.
A denúncia partiu do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (SIMES), de profissionais que trabalham nas maternidades e em postos de saúde. De acordo com esses profissionais, a verba de R$ 12,6 milhões que, segundo o portal do Governo do Estado do Espírito Santo, está sendo investida em 20 maternidades do Estado parece não ter sido bem aplicada.
“As maternidades estão sucateadas, o acompanhamento pré-natal às gestantes é precário, faltam leitos para mães e recém-nascidos, faltam vagas nas UTI neonatais, faltam obstetras para atender a demanda dos hospitais e faltam salários dignos”, disse um renomado médico.

Na maternidade de Carapina, na Serra, grávidas continuam sendo atendidas em colchões no chão. Depois do parto, elas são colocadas nos corredores em macas com seus bebês porque não há berços para acomodar os recém-nascidos. O presidente do SIMES, Otto Fernandes Baptista, afirmou que por lá nada mudou. “Tudo continua como o que foi constatado no mês passado e a situação vem se arrastando há mais de um ano. Há grande risco de morte por infecção porque estão todas amontoadas em um mesmo local”, denunciou.
Além da infraestrutura deficiente, segundo informações de funcionários, em menos de um mês, dois médicos pediram demissão por não suportarem a sobrecarga de trabalho e o baixo salário, que fica em torno de R$ 2.600,00 (o menor salário pago a médicos na Grande Vitória). Com isso, o número de profissionais, que já era insuficiente, ficou ainda menor.
No Hospital Maternidade São João Batista, em Cariacica, também incluído na lista da Rede Bem Nascer, as gestantes reclamam do serviço prestado pelos profissionais. A falta de cuidado na hora do parto quase deixou a dona de casa Weslaine Cassiano, 22 anos, com problemas de locomoção ao ter um parto normal forçado durante atendimento no local.
“Cheguei a desmaiar de dor várias vezes. Eles me acordaram para eu fazer força e ter meu filho. Me machucaram tanto que fiquei um mês sem andar com problema nos ossos da bacia, coluna e musculatura das pernas”, revelou. Weslaine contou, ainda, que a irmã dela, uma jovem de 17 anos, quase perdeu o bebê durante o parto, realizado há sete meses na maternidade.
“Ela tinha indicação de cesariana por ser asmática, mas eles não quiseram saber e forçaram o parto dela, assim como fizeram comigo. O parto foi demorado demais, a bolsa não tinha rompido e o bebê quase nasceu morto” contou.
Hospitais
De acordo com Otto, o único hospital maternidade que tem uma boa estrutura física para atendimento de gestantes no Estado é o Hospital Geral e Infantil Doutor Alzir Bernardino Alves (HIMABA), em Vila Velha. O hospital poderia ser considerado referência no Estado não fosse pela carência de obstetras e pela sobrecarga de trabalho dos profissionais que lá atuam.
Mas a realidade do HIMABA reflete o que acontece em todo Estado, com pouca estrutura para atender a demanda que vem, além de Vila Velha, dos municípios de Cariacica, Viana, Vitória, e toda região Sul do Estado.
Além disso, segundo Otto, não é possível contar com a Santa Casa de Misericórdia, em Vitória, já que a maternidade fecha as portas sempre que há superlotação na UTI neonatal. Em Vila Velha as maternidades do Hospital dos Ferroviários e de Santa Maria, em São Torquato, também fecharam as portas.
“Com tanta carência, as gestantes ficam de porta em porta para terem seus bebês. Além de terem tido um pré-natal incompleto, correm risco de complicações na hora do parto por falta de leitos nos hospitais”, lamentou.
Na visão de Otto, a única saída para o Governo do Estado melhorar a situação das gestantes, a curto prazo, seria investir no HIMABA, aumentando o número de leitos e o número de plantonistas do hospital".