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Médicos suportam salários atrasados com receio de demissões


13/03/2015
Portal Leia-se   |   Flávio Borgneth


Foto: Simes

Conforme noticiou o portal Leia-se, médicos da rede filantrópica do Espírito Santo estão com até três meses de salários atrasados e remuneração defasada. Apesar disso, o Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes) afasta possibilidade de greve da categoria. A paralisação de serviços foi cogitada, nesta quinta-feira (12), pela Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado do Espírito Santo (Fehofes). Porém o que estaria fazendo com que os médicos continuem, apesar das más condições, teria ligação com o vínculo empregatício. ''A classe médica está reprimida porque a maioria não tem carteira assinada. A maioria tem medo de perder seus empregos, mesmo com a precariedade'', afirma o presidente do Simes, Dr. Otto Baptista.
Médicos trabalham sem contrato assim como os Hospitais Filantrópicos do Estado que também estão na mesma situação. O presidente do Fehofes, Luiz Nivaldo da Silva, alega que o atual vínculo do serviço que cobre cerca de 80% dos serviços de UTI, oncologia e hemodiálise do Estado se deve ao processo de transição do governo passado para este que ''não fez o que tinha que fazer''.
O governo estadual confirma que os repasses federais foram feitos, mas os filantrópicos alegam amargar aproximadamente R$ 160 milhões devidos para a categoria. Segundo da Silva, essa estimativa é um pedaço do bolo. A dívida cresceria se contassem verbas atrasadas de prefeituras. O montante devido por municípios foi solicitado à Federação, mas o pedido de levantamento não foi respondido até o fechamento dessa edição.
Falta de contrato
O presidente da Fehofes alega ainda que as verbas vinculadas já repassadas pelo Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Estadual e Municipal foram usadas para quitar serviços ligados às redes do Estado e de municípios. ''O Governo usou o dinheiro para outras coisas. Foi para o caixa do município. Usaram para pagar contas na área da saúde do município.'', afirma. Já o secretário de Estado da Saúde, Ricardo Oliveira, garantiu que a verba está disponível. Porém, a falta de contrato com os filantrópicos estaria emperrando o processo de quitação.
Os novos contratos com os filantrópicos já estão sendo feitos. Todos terão corte de 20% decretado pelo poder Executivo. Vale ressaltar que os vínculos terão duração curtíssima, apenas até junho. ''O orçamento que eles têm para Saúde só cobre até junho. Não cobre o ano inteiro'', explica o presidente da Federação de Hospitais, que reforça que trabalha com planilhas de custos defasadas. Se custos já baixos (e agora com corte de 20%) só duram até junho, e o Estado amarga dividas que vem do ano passado e englobam os dois primeiros meses desse ano, onde anda o dinheiro do maior investimento da saúde da história feito em 2014? ''O dinheiro de custeio virou investimento'', equaciona Nivaldo da Silva, que reitera não ter dinheiro nem para demitir pessoal.
Precarização
De acordo com o presidente do Simes, por quarenta horas semanais, um médico efetivo da rede filantrópica ganha cerca R$ 4 mil, já um autônomo recolhe aproximadamente R$ 2,5 mil. A Federação Nacional dos Médicos (FENAM) defende um piso de mais de R$ 11 mil reais para esse período de trabalho. ''O maior problema dos médicos é que não tem carteira assinada'', reforça Dr. Otto, e complementa: ''Os hospitais prestaram um serviço e devem ser pagos por isso''.
Plano Regional de saúde na Região Sul
A peregrinação do secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira, pelas regiões do Estado deu seu segundo passo nesta quinta (12). O segundo encontro para start do Plano Regional de Saúde aconteceu na Região Sul (Cachoeiro) um dia após Vitória ter sediado a mesma iniciativa. A etapa da inicio aos trabalhos que objetivam otimizar a gestão da área no Estado.
''O foco é a atenção primária, pois é nela que são resolvidos 80% dos problemas da população'', disse Ricardo de Oliveira.
A partir dessas agendas, os municípios que compõem cada região terão encontros e consultoria com instituições de referência local. O intuito é desenvolver projetos que serão debatidos num seminário realizado no dia 31 de março, em Vitória. Na próxima semana os encontros seguem para as reuniões Central e Norte.