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Lideranças médicas criticam a precariedade da Saúde no Brasil


03/11/2014
Simec e FENAM

Foto: Giovana Carvalho

A precariedade da Saúde no Brasil foi foco de duras críticas feitas por lideranças médicas que estiveram, na semana passada, no maior município do interior fluminense a convite do Sindicato dos Médicos de Campos (Simec) para conhecer a estrutura do Hospital Ferreira Machado (HFM). O problema identificado na unidade, que é referência regional em atendimento de urgência e emergência, se repete em todo o país: leitos improvisados em corredores.

Após a visita, os presidentes da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Geraldo Ferreira Filho; Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed), Jorge Darze; Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes), Otto Baptista; e do Simec, José Roberto Crespo, concederam entrevista coletiva à imprensa, expuseram sua impressão sobre o que conheceram e falaram sobre questões pertinentes à medicina.

O anfitrião, José Roberto Crespo, destacou que a Saúde no Brasil vive um momento difícil e em Campos não é diferente. "Sabemos da dificuldade, mas temos trabalhado para melhorar a estrutura. Reconhecemos que o Hospital Ferreira Machado já está pequeno para a demanda atual, que vem de diversos municípios da região", disse.

O presidente da FENAM, Geraldo Filho, elogiou a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do HFM, mas criticou duramente os leitos improvisados nos corredores. "Temos percorrido o Brasil como um todo e esta é uma realidade inaceitável, mas que se repete. Não deveriam existir leitos improvisados em corredor em nenhuma unidade deste país. Os pacientes merecem respeito à privacidade e às necessidades básicas que não podem ser oferecidas nestas circunstâncias", defendeu.

Já o presidente do Sinmed, Jorge Darze, foi enfático ao dizer que "o poder público está abrindo mão de garantir saúde de qualidade à população. Isso é um direito constitucional". Ele criticou o modelo de funcionamento das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e das Clínicas da Família. "São verdadeiras fraudes. Estas unidades não prestam o serviço a que os respectivos projetos se propõem. A UPA, por exemplo, mantém internados, por uma semana, pacientes que deveriam ser transferidos em no máximo 48 horas para clínicas hospitalares. Isso é um verdadeiro absurdo!", denunciou.

Agenda da FENAM

Além da visita ao HFM e coletiva de imprensa, a comitiva participou de uma assembleia no Simec. Foram debatidos diversos temas como a conjuntura da saúde nacional; as lutas da categoria; o caos na saúde pública, como a falta de leitos e equipamentos; a formação médica; os programas Mais Médicos e Mais Especialistas; além da negociação com os planos de saúde.A agenda faz parte de uma série de visitas estratégicas da entidade aos Estados para conhecimento da realidade local e o fortalecimento das bandeiras de luta.