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Extra maior que salário de pelo menos 18 profissões


17/11/2014
Jornal A Tribuna

Foto de Internet

Com salários que ultrapassam os R$ 20 mil, os beneficiados pelo auxílio-moradia de R$ 4,377,73 receberão em apenas um mês de benefício um valor superior ao salário médio de várias categorias, algumas até com curso superior, como no caso de advogados, professores e fisioterapeutas.

O valor, que é superior a seis salários mínimos de R$ 724, vem causando insatisfação em várias classes, como os professores, que é considerada uma das categorias menos valorizadas do País.

Segundo levantamento mensal do instituto Datafolha, o salário médio dos professores de todos os níveis no Brasil é de R$ 2.572.

Para o presidente do Sindicato dos Professores no Estado do Espírito Santo (Sinpro/ES), Jonas Rodrigues de Paula, o problema é a legislação brasileira. “A lei é que está equivocada e essas pessoas acabam fazendo valer o seu direito.

O salário do professor é ínfimo, é uma ajuda de custo. Não tem nem como fazer comparação. Conheço uma dessas pessoas que requereu o valor e disse que o fez porque tem direito por lei. Tem que mudar a lei”, criticou o presidente da Sinpro.

Segundo Jonas, a mudança tem que ser na estrutura. “Essa lei precisa ser mudada. Eles já têm um salário equivalente ao que fazem, não necessitam desse benefício.Vão continuar recebendo e vai ficar por isso mesmo”, apontou.

Para o coordenador-geral do Sindicato dos Bancários no Espírito Santo (Sindibancários), Carlos Pereira de Araújo, o benefício é uma forma de aumento disfarçado.“Esse benefício é uma forma de aumentar a renda deles que já é alta.Esse valor vai sair de trabalhadores que ganham um salário mínimo e mal conseguem se sustentar, mas que pagam corretamente seus impostos. No ano passado, a sociedade foi para as ruas, inclusive aqui em Vitória, mas parece que não adiantou de nada”, criticou em nome do Sindibancários.

O presidente da Associação dos Magistrados do Espírito Santo (Amages), Ezequiel Turíbio, não foi encontrado para comentar o assunto.

Os dados são do Programa Bolsa de Salários, do Datafolha, referente ao último mês de outubro, onde é apontado a média de cada profissão em todo o País.


Médicos atacam benefício

Uma das duas classes que, no levantamento feito por A Tribuna, tem um salário médio nacional maior do que o auxílio-moradia pago a juízes, os médicos não pouparam críticas ao benefício de R$ 4.377,73.

O vice-presidente do Sindicato dos Médicos no Espírito Santo (Simes), Carlos Magno Pretti Dalapicola, apontou como imoral o pagamento do benefício.“Na Grande Vitória, o salário dos médicos que trabalham nessas prefeituras é menor do que o benefício.Esse pagamento pode até ser legal, mas é imoral, além disso é um valor abusivo e não se justifica”,disse o clínico-geral.

Para o membro do sindicato, o pagamento seria justo no caso do beneficiário trabalhar em uma cidade fora de seu domicílio.“Até concordaria que se ele trabalha em uma cidade e mora em outra, teria o direito a receber, porém não nesse valor. Com esse valor daria para alugar um apartamento de luxo em Vitória”, disse.