29/06/2013
Comunicação Simes
No momento em que o governo federal anuncia a pretensão de trazer
médicos de Cuba pata atuar em nosso país, a classe médica brasileira vem a
publico mostrar sua preocupação e convidar a população a refletir sobre o
assunto. Não somos contra estrangeiros trabalharem no Brasil. Isso seria uma
agressão aos direitos que defendemos ao longo da história. O que não queremos é
que sejam oferecidas oportunidades desiguais aos médicos cubanos, somente para
atender aos interesses ideológicos de quem está no poder. Para trabalhar no
Brasil, todo médico estrangeiro precisa ter sua capacidade técnica comprovada,
através de uma avaliação, o Revalida. Se a regra é essa para todos,não se
pode admitir uma outra regra só para os cubanos. Que eles venham, após passar
pelo Revalida e provar que estão a altura de atender à população brasileira com
a qualidade que o nosso povo merece. Outra dificuldade é o idioma. Como vai
ficar a comunicação entre médico e paciente em línguas diferentes? Momento
importantíssimo para se definir diagnóstico e prescrição de medicamento. Uma
interpretação malcompreendida pode levar o médico a oferecer uma
medicação inadequada, com as piores consequências, inclusive a morte.
Nas ruas, as manifestações clamam por melhores condições de atendimento
em tudo o que é público, inclusive a saúde. Alheios a isso, os governantes
aparecem com essa iniciativa demagógica, que não vai resolver nada, usando o
mesmo estilo condenado pela população, de projeto paliativo até que a
insatisfação diminua. Os gestores sempre deram prioridade a outros setores e
abandonaram a saúde, lógica que, agora, de afogadilho, em mais uma iniciativa
unilateral o governo tenta resolver.
O governo precisa de um grande plano
de estruturação da saúde no interior com bons hospitais, centros de
especialidades, P.A.s bem equipados e uma gestão profissional e capaz. Aí não
faltarão médicos interessados em trabalhar nesses locais. Só o atendimento
ambulatorial, não resolve. Onde esses pacientes vão fazer os exames? Onde serão
submetidos às cirurgias?
Em virtude desse quadro criado para
confundir e não para resolver o problema da saúde no país, as entidades médicas
convidam médicos,residentes, estudantes de medicina, demais profissionais
de saúde e toda a população para protestar, num grande ato público, na próxima quarta-feira, 3 de julho, às 17 horas,
em frente à sede do CRM, em Bento Ferreira.
Participe desse momento histórico de união,mobilização e protesto da
categoria médica capixaba.
Otto Fernando Baptista é presidente
do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo e vice presidente da Fenam
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