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Sem notificação, greve dos médicos legistas continua


25/06/2012
gazetaweb

Categoria vai recorrer da decisão e alega que novo espaço não possui condições de trabalho adequadas


A paralisação dos médicos legistas não tem previsão para se encerrar em Alagoas. É o que informa o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed), Wellington Galvão, que garante ainda não ter sido notificado oficialmente da decisão do Tribunal de Justiça (TJ), que considerou a paralisação ilegal - posicionamento também já adotado pelo governo estadual.

Segundo ele, sem a formalização da decisão, a categoria manterá a greve que foi deflagrada na quinta-feira (21).

“Até o momento só ficamos sabendo desta decisão por meio da imprensa. Nenhum documento que formaliza a medida foi entregue no Sindicato dos Médicos. Além disso, a categoria cumpriu todos os procedimentos legais da paralisação, comunicando-a ao governo e à sociedade em tempo hábil”, expôs Galvão, enfatizando que uma comissão de médicos legistas vai ao Tribunal de Justiça, ainda nesta segunda, apresentar as reais condições do IML e as justificativas para a greve.

“Pretendemos encaminhar documentos que demonstram a situação de penúria enfrentada pela categoria. Ao contrário da declaração do governo, de que os grevistas seriam oportunistas, temos como provar que a questão é de moralidade. A situação do IML é tão séria que chega a desrespeitar os profissionais e a população. Lá não há a menor condição para a realização dos exames”, disse Wellington Galvão.

IML Temporário

Quanto à retirada do IML da sede da Praça da Faculdade, no Prado, para o antigo necrotério do Hospital Sanatório, proposta apresentada pelo Governo do Estado para o funcionamento do órgão até a construção da nova sede que será instalada no Tabuleiro do Martins, o presidente do Sindicato dos Médicos relatou que uma comissão de médicos legistas visitou o local no domingo (24), acompanhada do atual diretor do órgão, o médico Luiz Mansur.
“Lá ficou constatado que o espaço não possui as condições adequadas. Para a adequação, será necessária uma reforma no prédio. Além disso, outra preocupação é que o IML dividirá o espaço com o hospital, pondo em risco a saúde dos pacientes”, explicou Wellington Galvão, destacando ainda que a categoria aguardará o parecer da Vigilância Sanitária e do Conselho de Medicina.


NOTA

Em nota, os peritos criminais disseram que foram pegos de surpresa com a informação dada pelo secretário de Estado da Defesa Social, Dário César Cavalcante, quando o próprio afirmou que o piso dos profissionais alcançaria R$ 7 mil. A categoria rebate a afirmação de Dário César e se diz indignada com a ideia de repassar para a sociedade 'o que não existe'.

“O que o secretário falou não condiz com a verdade. O salário inicial de um perito em Alagoas é de pouco mais de três mil reais, enquanto o pessoal de nível médio recebe um mil e quinhentos reais”, afirmou, na nota, o presidente presidente da Associação dos Peritos Oficiais e Auxiliares (Apoal), Paulo Rogério.

Na briga dos peritos e auxiliares, a equiparação de salários com o piso nacional é um dos itens da pauta - a busca por melhores condições de trabalho também está entre as reivindicações. “Não consigo entender de que forma o secretário está fazendo este cálculo”, concluiu Rogério.


Peritos e auxiliares entraram em greve a partir da zero hora desta segunda-feira. Com isso, o Movimento Unificado dos Servidores da Perícia Oficial se junta aos médicos legistas do Instituto Médico Legal (IML), que também cruzaram os braços.