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Polícia Federal prende 46 por fraudes em vestibulares de medicina


13/12/2012
Jornal A Gazeta   |   Vinicius Valfré

A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (12) 46 pessoas suspeitas de participar do esquema de fraudes em vestibulares de Medicina em 11 estados do país e no Distrito Federal. A "Operação Calouro" revelou que estudantes pagavam até R$ 80 mil para terem vantagens nos processos seletivos das faculdades privadas.

Os 24 foragidos são de Minas Gerais, Goiás e Brasília. O delegado da Polícia Federal, Leonardo Damasceno acredita que eles serão capturados em breve. "Tivemos algumas falhas em virtude do tamanho da operação, mas foi tudo dentro da expectativa. Pretendemos, ao longo da semana, fazer o cumprimento dos demais mandados".


Os federais afirmam que a implantação do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) fez as quadrilhas preferirem deixar as universidades públicas para fraudar os vestibulares das instituições privadas. Cerca de mil estudantes no país contrataram as quadrilhas especializadas em fraudar vestibulares de Medicina.


"O mais importante foi expor para a sociedade esse problema. Não pode ficar como ficou nas últimas décadas, às escuras, sem ninguém tomar conhecimento ou alguma providência. Não podemos deixar esse tipo de prática continuar a reinar", frisou o delegado, coordenador da operação.
As fraudes eram feitas de duas maneiras. Na primeira, um membro da quadrilha falsificava documentos e fazia a prova no lugar do verdadeiro candidato. Geralmente, quem realizava a prova era um aluno de medicina com boas notas.
Na segunda, o membro da quadrilha passava o gabarito da prova por um ponto eletrônico ou por celular para os candidatos, que eram treinados, antes da prova, para saber como se portar para receber as respostas.
Estados
Os criminosos tentaram fraudar cerca de 50 processos de seleção no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Pará, Bahia, além do Distrito Federal.
Seis líderes dessas quadrilhas foram presos em Goiás e um em Minas Gerais. O criminoso mineiro foi preso na cidade de Montes Claros. Na casa dele foram encontradas carteiras de identidade em branco, prontas para serem fraudadas.
Também foram apreendidos óculos com tecnologia bluetooth, capaz de fazer com que os telefonemas feitos para um aparelho celular fossem repassadas para um ponto eletrônico. Dessa forma, os candidatos que contratavam a quadrilha recebiam as respotas das questões.
Como as investigações começaram no Espírito Santo, os mandados foram expedidos pela Justiça capixaba. Foi decretado segredo de Justiça nos processos e os nomes dos presos não foram divulgados pelas autoridades.
Mudança no Código Penal
A mudança no Código Penal Brasileiro que acrescentou o artigo 311 A, para crimes de fraudes em certames de interesse público, vai servir para reforçar os indiciamentos dos suspeitos. Além dos crimes de formação de quadrilha e falsidade ideológica, por exemplo, os criminosos também podem ser enquadrados no artigo.
"É instrumento novo. A gente tinha um cenário de que cola não era crime, não era prejudicial. Agora, o entendimento mudou. Para mim, não consigo ver nada de mais interesse público de que a formação de médicos", explicou o delegado.
O delegado frisou que os candidatos que contrataram o serviço das quadrilhas também poderão ser responsabilizados. "Todas as pessoas que atuaram de alguma forma em alguma fraude de certame vão responder", explicou.
O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM/ES) informou que não foi acionado pela Polícia Federal, mas deve entrar no caso se for comprovada participação de médicos capixabas no esquema. Questionado sobre providências a serem tomadas contra estudantes que participaram das fraudes, o Ministério da Educação informou que não vai se manifestar sobre a operação da Polícia Federal.

O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM/ES) informou que não foi acionado pela Polícia Federal, mas deve entrar no caso se for comprovada participação de médicos capixabas no esquema. Questionado sobre providências a serem tomadas contra estudantes que participaram das fraudes, o Ministério da Educação informou que não vai se manifestar sobre a operação da Polícia Federal.

Providências

O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM/ES) informou que não foi acionado pela Polícia Federal, mas deve entrar no caso se for comprovada participação de médicos capixabas no esquema. Questionado sobre providências a serem tomadas contra estudantes que participaram das fraudes, o Ministério da Educação informou que não vai se manifestar sobre a operação da Polícia Federal.