SIMES | Notícia
Simes

Notícias

Médicos oferecem cirurgia gratuita para fissura labiopalatal no ES


22/12/2015
Portal G1 -ES

(Foto: Reprodução/ TV Gazeta)

Grupo fechou parceria com ONG internacional em setembro.Pais devem procurar a ONG ou o Instituto Meridional.

Os pais de crianças que nascem com fissura labiopalatal - uma deformidade nos lábios - têm, desde setembro, a oportunidade de conseguir cirurgia gratuita no Espírito Santo. Um grupo de médicos fechou parceria com uma ONG internacional, possibilitando que o projeto que já era realizado na Maternidade de Cariacica, na Grande Vitória, fosse expandido.

Todas as crianças nascidas na maternidade com a deformidade já são operadas gratuitamente desde 2011. O cirugião Carlos Timóteo faz parte da equipe médica que fechou a parceria com ONG, o que, segundo ele, vai expandir o alcance do projeto.

"Melhora muito com a parceria, porque nosso projeto era piloto, atendia só a maternidade de Cariacica e a partir de então, quem sabe, a gente pode estender esse tipo de atendimento a outras cidades. Primeiro, nós vamos poder estudar melhor os casos, vamos ter recursos para fazer um trabalho epidemiológico dentro do estado, determinar diretriz e, principalmente, estender esse tratamento às crianças mais carentes que são as mais envolvidas. Nós temos aproximadamente 2,2 mil crianças que fazem tratamento no Centrinho em Bauru e a gente sonha em evitar esse transtorno", explicou o médico.

Conseguir a cirurgia através do Sistema Único de Saúde é muito difícil, segundo os profissionais, e a operação particular custa, no mínimo, R$ 2 mil. "Na rede pública ainda é praticamente impossível conseguir no Espírito Santo. Durante 12 anos nós lutamos para instalar no SUS, desde 1990 esse procedimento foi incluído, mas infelizmente por uma ou outra razão o projeto não decolou", contou Timóteo.

Fissura labiopalatal

Existem diferentes tipos de deformidade labiopalatal, quando o lábio não nasce colado no nariz nem no céu da boca. No estado, são cerca de 100 casos por ano, sendo a deformação mais comum registrada. Cerca de 40% dos casos são de ordem genética e 60% de ordem ambiental, segundo Carlos Timóteo.

Entre as possíveis causas estão infecções, rubéola, toxoplasmose, diabetes e excesso de vitamina A, devido ao uso de suplementos. "As pessoas usam suplemento, mas o corpo já tem uma reserva de vitaminas mais do que suficiente. Apenas com a ingestão de alimentos isso nunca aconteceria", explicou Timóteo. Fatores físicos, como radiação e ingestão de agrotóxicos também podem causar a fissura.

Depois de passar por uma cirurgia inicial para fechar a pele, assim que tiver o peso ideal, a criança passa por diversos processos até chegar aos 21 anos, quando completa o desenvolvimento facial.

"A cirurgia não é muito complicada, não há uso de material especial. Nós fazemos queiloplastia, em que descolamos todos os músculos, colocamos todos eles na posição e fechamos a parte da pele. O paciente tem uma vida normal dependendo do tipo de deformidade. Se ela tiver uma deformidade que envolve o palato, ela vai ter que fazer cirurgias complementares ", explica.

Cirurgia gratuita

O médico direciona os pais de crianças com fissura labiopalatal a ligar para a ONG (0800-609091) ou para o Instituto Meridional (27 3346-2624) assim que souber que o filho nascerá com a deformidade, para agendar consulta.