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Federação Nacional dos Médicos faz agenda de mobilização em Petrópolis


07/02/2014
Diário de Petrópolis

Foto da Internet

O presidente da FENAM, Geraldo Ferreira, indaga sobre o programa de saúde da família, que consegue atender hoje cerca de 30 a 40% da demanda, uma vez que com os salários baixos e falta de condições de atendimento, muitos médicos acabam migrando para outros setores e até mesmo outros municípios e estados.

- Existem problemas básicos a serem resolvidos como falta de banheiro até mesmo para os médicos lavarem as mãos. Como pode uma pessoa receber atendimento de alguém que nem pôde lavar as mãos? E se passa uma contaminação ou algo do tipo? E o pior é que esse é o retrato do Brasil todo. As escalas estão incompletas, faltam leitos e qualidade de atendimento, lamenta Geraldo.

Outra questão bastante discutida é a contratação de médicos cubanos pelo programa Mais Médicos. De acordo com a comitiva, os problemas já começaram. Uma médica decidiu ir embora reivindicar a diferença de salário. Segundo ela, o salário anunciado de R$ 10 mil é uma grande farsa, já que 90% desse dinheiro some nas mãos de intermediários, fazendo com que esses cubanos trabalhem quase que em regime de escravidão.

- O programa Mais Médicos é financiado pelo Governo Federal, que manda R$10 mil reais e ainda conta com mais R$ 2 mil da prefeitura para auxiliar na refeição e moradia. Se o Governo Federal mandasse esses R$ 10 mil pro município, poderíamos contratar a mão de obra aqui sem precisar importar médicos, explica Mauro Peralta.

Muitos assuntos requerem atenção especial para que a saúde de nosso país possa ir adiante. Alguns exemplos como o piso nacional pela Fenam ser de R$ 10.991,00/20 horas semanais e o médico petropolitano receber apenas R$ 1.500,00/20 horas semanais é uma das questões. Outro ponto crítico é o fato de Petrópolis ter uma faculdade de medicina, que está entre as mais conceituadas do país, e mesmo assim o município ainda importar médicos de fora. A saúde terceirizada, falta de concursos públicos e outros assuntos serão discutidos com intensidade neste ano que, de acordo com Jorge Darze, presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, será o ano de retomada da luta da categoria.

Hoje pela manhã o grupo segue para Juiz de Fora (MG), onde visita unidade de saúde e também participa de reunião, às 19h, com os médicos mineiros na Sociedade de Medicina e Cirurgia de Juiz de Fora.

A comitiva é formada pelo presidente da FENAM, Geraldo Ferreira; pelo vice-presidente da FENAM, Otto Baptista; pelo secretário de Assuntos Jurídicos, Vânio Lisboa; pelo secretário de Direitos Humanos, José Murisset; pelo secretário de Saúde Suplementar, Márcio Bichara; pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed/RJ), Jorge Darze, pelo tesoureiro do Sinmed/RJ, Jorge Luiz do Amaral,pelo secretário de Formação Profissional e Educação Médica Continuada do Sinmed/RJ, José Romano epelo coordenador de Assuntos Jurídicos e Trabalhistas do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo, Eglif de Negreiros Filho.