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Médicos são contra fazer aborto


19/04/2012
A Tribuna   |   Luisa Torre

Após decisão do STF, que autoriza a retirada de fetos sem cérebro, profissionais dizem que não vão realizar o procedimento


Mesmo após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que autoriza o aborto de fetos anencéfalos – sem cérebro ou com má-formação cerebral – alguns médicos afirmam que não vão aceitar fazer o procedimento, pois fere seus princípios éticos e morais.

Isso não significa que o serviço não será oferecido, mas o paciente poderá ser encaminhado para uma junta médica ou para outro profissional.

O ginecologista e obstetra José Mota, que já fez mais de 10 mil partos, é um dos médicos que já declarou que não faria o aborto.

"Não faria de jeito nenhum. É triste um profissional médico fazer o procedimento. Vou fazer uma curetagem, puxar os pedacinhos de uma pessoa, ou uma microcesárea, tirar o bebê e jogá-lo num balde? Como vou dormir?".

Se uma mulher o procurar para fazer um aborto, ele disse que a encaminhará para uma junta médica. "De preferência, após conversar com ela, marido, família, a junta deve mostrar as vantagens e desvantagens do aborto. E pedir para ela não tomar a decisão sozinha".

O ginecologista e obstetra Fabio Leal afirmou que não aprendeu a fazer aborto em sua residência. "Eu tenho 15 anos de formação, me especializei em Ginecologia e Obstetrícia, sou especialista e já fui presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Espírito Santo. Mas não sei fazer aborto Não foi ensinado na residência".

"Será que o médico que fez o aborto de anencéfalo e que a paciente complicou e morreu será processado?", questionou. Outro ginecologista, Osmar Salles, também disse que não faria o aborto. "Acho que a vida tem valor inviolável. A constituição garante o direito a todos, independente de ser bem ou mal formada. Não faria o aborto nem por ordem judicial".

O ginecologista e obstetra Paulo Batistuta afirmou que o aborto é contra seus princípios. "Acho que ninguém consegue fazer a vida, então ela não nos pertence. Discordo das opiniões dos ministros do Supremo".

O presidente do Sindicato dos Médicos, Otto Baptista, afirmou que aguarda a normatização por parte do Conselho Federal de Medicina (CFM). "O primeiro ponto do sindicato é que resolveu-se um problema jurídico da mulher. Ela sai da ilegalidade."

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