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Solução para o São Lucas: ocupar mais leitos do hospital da polícia


22/09/2012
Jornal A Gazeta

Entidades defendem que HPM passe a ser gerenciado pela Secretaria de Saúde


Uma das soluções para minimizar a superlotação no Hospital São Lucas é transferir a gestão do Hospital da Polícia Militar (HPM) para as mãos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que poderia ampliar a oferta de leitos na unidade.

 

A proposta é defendida pelas entidades médicas - Conselho Regional de Medicina, Sindicato dos Médicos e Associação Médica do Espírito Santo - que se reuniram ontem com o Secretário Estadual de Saúde, Tadeu Marino. Representantes do Ministério Público,do Judiciário e secretários de Saúde dos municípios também participaram do encontro.

 

Em junho de 2010, o São Lucas foi transferido de forma provisória para o HPM para que a reforma do novo hospital ficasse pronta em um ano.Porém, as obras só serão concluí das no segundo semestre de 2013. O presidente do CRM, Aloizio Faria de Souza, afirma que o espaço físico que o hospital ocupa hoje no HPM não comporta a demanda de atendimento de urgência e emergência do Estado.

 

“A transferência do hospital acarretou em um corte da metade das vagas. As ações que o governo tem proposto até agora são de médio e logo prazo, mas é necessário promover melhorias que produza me feito imediato”, afirma.

 

Na próxima semana, a Sesa vai solicitar à direção do HPM e à Secretaria de Segurança Pública (Sesp) - que são os gestores do hospital -, a abertura de mais 50 leitos no São Lucas.

 

“Hoje o São Lucas ocupa 50% da capacidade do HPM. É preciso discutir com a Sesp como vamos implementar essas mudanças, mas a intenção é refazer o contrato firmado. Hoje é complicado fazer até pequenos ajustes ou reparos de manutenção porque não há autonomia”, afirma o subsecretário estadual de Saúde, Fábio Benezeth Chaves.

 

INTERVENÇÃO

Na última semana, o Sindicato dos Médicos (Simes) pediu a intervenção ética do Conselho Regional de Medicina no Hospital São Lucas, mas o conselho descartou essa hipótese.

“Essa é a última das medidas consideradas. O São Lucas é o único hospital de referência de trauma funcionando no Estado. Então, fica a pergunta: ao fechar, nós vamos salvar mais vidas ou contribuir para mais mortes?”, questiona Aloizio.

 

COMISSÃO VAI VISITAR UNIDADE

Uma comissão formada por membros da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), do Conselho Federal de Medicina (CFM), e da Associação Médica Brasileira (AMB) deve fazer uma visita ao Hospital São Lucas. A comissão, responsável pela promoção e defesa dos direitos humanos, vai examinar as condições de atendimento do hospital.

 

As denúncias de superlotação e condições precárias do São Lucas foram apresentadas pelo Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes) no encontro que reuniu 25 sindicatos da categoria em Vila Velha ontem.

 

O presidente da Fenam, Geraldo Ferreira Filho, diz que se as irregularidades forem constatadas, os integrantes da comissão podem solicitar intervenção do Ministério da Saúde.

“O passo seguinte seria a realização de uma audiência com o Ministério da Saúde. Por sua vez, os técnicos do órgão podem ser enviados ao Espírito Santo para negociar com o governo”, explica o médico.Ainda não há data marcada para a visita da comissão ao São Lucas.

 

CRM DÁ PRAZO DE 90 DIAS PARA GOVERNO SOLUCIONAR PROBLEMAS

O Conselho Regional de Medicina (CRM) notificou a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) para que tome providências em um prazo de até 90 dias sobre irregularidades constatadas no Hospital São Lucas.

 

O relatório aponta condições precárias de higiene e das instalações, além de infestação de mosquitos e superlotação na unidade.

 

O presidente do CRM, Aloizio Faria de Souza, diz que uma equipe de fiscalização do conselho esteve no hospital e documentou com fotos a situação das instalações, que já haviam sido alvo de denúncia de médicos da unidade.

 

No dia 12 de setembro, o neurologista Paulo Roberto Paiva, que atua no São Lucas, denunciou a superlotação e a presença de moscas e mosquitos no centro cirúrgico. O médico fez um desabafo na rede social Facebook, definindo o hospital como "rascunho do inferno".

 

O subsecretário Fábio Benezeth Chaves afirma que algumas adequações já foram feitas para controle de ambiente em todo a unidade,inclusive no centro cirúrgico do hospital.

 

“Outras ações estão sendo realizadas para controle de pragas e insetos na parte inferior do hospital. O que tem sido feito já minimizou muito a questão dos mosquitos, mas providências definitivas devem ser tomadas na próxima semana, após a reunião com a direção da unidade”, observa o subsecretário.

 

CONCURSO TERÁ 2,4 MIL VAGAS PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) vai publicar edital para realização de concurso público. Serão oferecidas cerca de 2.400 vagas para a contratação de profissionais que atuam na área da saúde. Dessas, mais de 700 serão ocupadas por médicos.

 

Segundo o subsecretário Fábio Benezeth Chaves, a previsão é que o edital seja publicado em até 30 dias. “O concurso deve acontecer até o final do ano e vai disponibilizar vagas para todas as áreas,não apenas para médicos. Está tudo em  ordem para a publicação, só estamos aguardando um processo financeiro de subsídio do governo”, explica.

 

O anúncio foi feito ontem durante a coletiva no Conselho Regional de Medicina (CRM). A realização de concurso público para contratação de pessoal para as unidades assistenciais do Estado foi uma das propostas apresentadas pelas entidades.

 

“O concurso já estava previsto pelo governo, que quer acabar com as contratações temporárias. Essa ação é muito bem vista pelas entidades médicas, uma vez que o concurso cria um vínculo entre funcionário e administração e oferece a possibilidade para que o profissional tenha um plano de carreira. É importante manter equipes e oferecer o melhor atendimento para o paciente”, afirma o presidente do CRM, Aloizio Faria de Souza.