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Consumo de água monitorado até 2030
17/02/2016 - 15:55

Foto: Nilo Tardin/Jornal A Tribuna

Conforme noticiou o jornal A Tribuna, um estudo com 250 pessoas está sendo realizado para verificar quais são os impactos dos rejeitos de mineração que foram despejados no Rio Doce na saúde da população. O estudo, que está sendo conduzido pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), prevê o acompanhamento pelo prazo de 15 anos, contados a partir do desastre. O acompanhamento é realizado com moradores de Governador Valadares (MG).

Assim como Colatina, a cidade teve o abastecimento interrompido por causa da lama que atingiu o rio após o rompimento da barragem da Samarco em Mariana, em novembro de 2015. Segundo o presidente da Fenam, Otto Baptista, serão feitos relatórios anuais sobre os pacientes. ''Foram observados índices altíssimos de alumínio, manganês, ferro, chumbo e mercúrio. Os metais podem trazer problemas neurológicos, má-formação fetal e, por isso, escolhemos realizar o monitoramento da saúde dessas pessoas, para ter relação de causa e efeito.''

Os resultados obtidos a pedido da Fenam apontam que, mesmo na água tratada, há maior incidência de metais. Segundo Baptista, os estudos vão auxiliar no monitoramento da situação da população nas cidades com captação de água no Rio Doce, como Colatina. ''Isso pode levar pacientes jovens a doenças crônicas. Muitos ribeirinhos vão usar essa água ao consumir peixes e verduras'', explicou. Para o oncologistaWesley VargasMoura, é necessário que se façam estudos e testes frequentes. ''Não há como saber de imediato, só vamos descobrir se há impacto no número de doenças, de fato, quando houver aumento da incidência na população.'' Ele deu o exemplo do alumínio, que tem relação com o câncer de estômago. ''É preciso fazer testes, para verificar quanto alumínio fica na água tratada. O acidente é um marco. Se os casos passam de um a cada 10 mil pessoas para dois ou três, isso significa que houve influência.''

O nutrólogo e especialista em medicina clínica Marcos André Malta Dantas apontou que há problemas na alta concentração de ferro na água. ''Até certo ponto, o ferro é benéfico. Mas o excesso pode prejudicar a saúde, levando à morte precoce de células.''

TRATAMENTO

Segundo a Prefeitura de Colatina e a Samarco, a água que está sendo captada no Rio Doce e distribuída está conforme os padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Lama no mar dobra de tamanho


Durante o Carnaval, a lama de rejeitos de mineração da Samarco – que chegou ao mar do Espírito Santo no fim de novembro do ano passado – cobriu uma área superior a 4 mil km2, segundo dados divulgados pelo Ibama. A mancha de baixa concentração atingiu até o sul do Estado, chegando próximo à divisa com o Rio de Janeiro. Na medição anterior, no sábado, a extensão era de 1.900 km2. Amancha foi mapeada por satélite em alto-mar e o Ibama não confirmou se o sedimento chegou às praias.

O movimento ao sul, segundo o órgão, foi devido à ação do vento nos sedimentos que estão em suspensão. A mesma situação foi observada no início do mês. A área de alta concentração da lama, no entanto, segue nas proximidades da foz do Rio Doce, restrita ao município de Linhares. Na última sexta-feira, a Ufes divulgou resultados das análises realizadas na água do mar na foz do rio, em Regência, Linhares. Os relatórios apontam altas concentrações de materiais particulados no mar. As concentrações de alguns metais, como ferro e alumínio, estavam até 100 vezes maiores que o registrado em estudos anteriores.