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Simes reivindica melhores condições de trabalho para médicos durante pandemia de Covid-19
20/03/2020 - 20:13

Foto: Simes

 

Em reunião realizada nesta quinta-feira (19), na Secretaria de Saúde do Estado do Espírito Santo (Sesa), a diretoria do Sindicato dos Médicos do Estado do Espírito Santo (Simes) levou às autoridades estaduais reivindicações da categoria médica no que se refere à pandemia de Covid-19, doença causada pelo coronavírus, que já teve os primeiros casos confirmados no Estado.

Pelo Simes estiveram presentes o presidente dr. Otto Baptista, o vice-presidente dr. Rogenir Rodrigues, o diretor dr. Moaci Lima e o advogado Télvio Valim, que foram recebidos pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes de Medeiros Júnior. 

O principal ponto debatido foram as condições de trabalho dos médicos e demais profissionais de saúde que atuam na linha de frente em hospitais e demais unidades de atendimento, em contato com casos confirmados e suspeitos da doença. As reivindicações do sindicato junto à Sesa estão alinhadas às recomendações do Conselho Federal de Medicina (CFM), em documento publicado na última terça-feira (17).

O presidente do Simes, dr. Otto Baptista, avalia a reunião de forma positiva e leva ao conhecimento da categoria médica que a Sesa se comprometeu a tomar as providências solicitadas. “O secretário de Saúde está sensibilizado e saímos desse encontro com uma relação de medidas que serão atendidas para oferecer mais segurança aos médicos servidores do Estado, principalmente no que se refere à aquisição de Equipamento de Proteção Individual (EPI), uma das nossas primeiras preocupações desde que foram confirmados os primeiros casos de Covid-19 no Estado.”

A Sesa se comprometeu a adquirir os EPIs em caráter emergencial, dentro de critérios que serão determinados por uma equipe de infectologistas, de acordo com classificação de risco, de forma a atender a profissionais que estão em contato direto com pacientes positivos para o Covid-19, os que apresentarem suspeita e assim sucessivamente. Esse protocolo de classificação de risco também será referência para os municípios, na aquisição de EPIs para os médicos servidores municipais.

Remanejamento de médicos

Uma outra preocupação que o Simes levou à Sesa diz respeito aos médicos que se encontram nos grupos de risco da doença – pessoas com mais de 60 anos e com doenças cardíacas e respiratórias, diabetes, doenças crônicas e que causam queda de imunidade. Esses profissionais serão remanejados pelo Estado para cumprir funções administrativas ou que não exijam contato direto  com pacientes.

Paralelamente, para preencher as vagas abertas pelo remanejamento dos médicos em grupos de risco, a Sesa irá deslocar para a linha de frente profissionais que possuam especialidades e estejam aptos a lidar com pacientes com confirmação e suspeita da doença. Assim, em um primeiro momento, a secretaria atuará com seu próprio quadro, deslocando os profissionais de acordo com as necessidades. Futuramente, caso seja necessário, poderão ser realizadas contratações de mais médicos. 

Ameaças a médicos no interior do Estado

O Simes tomou conhecimento de que alguns servidores de secretarias municipais de saúde do Espírito Santo estão praticando assédio moral com médicos que, por conta própria, usam máscaras em seus atendimentos. O sindicato declara seu apoio a esses profissionais e exige que todas as secretarias municipais providenciem a oferta de máscaras e demais equipamentos de segurança para todos os profissionais de saúde que estão atendendo em urgência, emergência e em nível ambulatorial.

O Simes informa a todas as secretarias de saúde em que diretores, coordenadores e secretários estejam ameaçando médicos de demissão, troca de função, troca de local de trabalho ou até mesmo exigindo que peçam demissão, que já está tomando as providências cabíveis para coibir essas práticas. Essas denúncias chegaram até ao Sindicato.

“O médico tem todo o direito de se proteger da melhor forma possível e as prefeituras têm a obrigação de oferecer boas condições de trabalho para o servidor médico. Serão tomadas todas as medidas jurídicas cabíveis para coibir ameaças”, alerta dr. Otto Baptista, que informou o secretário de que médicos do interior estão sendo ameaçados e que estão trabalhando sem condições de trabalho. 

Ainda para combater essa prática, o Simes disponibiliza canais de denúncia e pede a todos os médicos ameaçados e coagidos que entrem em contato pelo telefone 27-99231-4855 ou pelas redes sociais e denunciem. O sindicato está em alerta e encontra-se à disposição de toda a categoria médica, de Norte a Sul do Estado.

“Com essa reunião, atingimos nossos objetivos. Fizemos nosso papel, levamos à Sesa questões importantes e trazemos à categoria boas notícias com relação à atuação do Estado no sentido de oferecer melhores condições de trabalho aos médicos e profissionais de saúde”, conclui dr. Otto Baptista. 

Até o final desta quinta-feira (19), não havia nenhum médico no Espírito Santo infectado pelo coronavírus. Mas dois profissionais da área de saúde tiveram a doença confirmada.