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Médicos em alerta contra assaltos dentro de hospitais
30/06/2016 - 17:08

Foto: Guilherme Ferrari

O fato de uma médica ter sido feita refém no estacionamento de um hospital na Serra, no último fim de semana, acendeu o alerta de insegurança principalmente nas entradas e saídas dos plantões. Conforme noticiado pela A Gazeta, os recentes de assaltos e outros crimes cometidos em hospitais públicos e privados da Grande Vitória estão deixando os profissionais da área da saúde preocupados.

Para garantir a segurança, médicos mudaram os hábitos e evitam andar sozinhos nas saídas dos plantões noturnos. Muitos deixaram até mesmo de usar roupas brancas e jaleco. Um grupo de cirurgiões de um hospital de Vitória está usando WhatsApp para se proteger de situações que possam colocá-los em risco.

De acordo com as informações, em uma das mensagens trocadas por eles, um dos médicos alerta: ''Os crimes acontecem na entrada ou saída dos turnos, e as vítimas abordadas são as mulheres que estão entrando ou saindo do carros sozinhas''.

O presidente do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes), Otto Baptista, relata que a ousadia dos criminosos em agir dentro dos estacionamentos dos hospitais é preocupante, ''pois isso mostra que eles são destemidos e audaciosos e o alvo específico deles são os médicos, que normalmente chegam de carro no ambiente de trabalho'', avaliou.

''Eles acreditam que essas vítimas têm um padrão de vida diferenciado e acabam levando-as em sequestros relâmpagos e usando os cartões para efetuar saques em caixas eletrônicos, o que coloca em risco a vida de todos. Saímos para trabalhar e não sabemos o que vai acontecer depois'', acrescentou o Baptista.

Quando deixa o consultório no Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), em Vitória, a médica Fernanda de Abreu Azevedo, 42, toma uma série de precauções. ''Algumas vezes peço ajuda dos guardas para me acompanhar até o carro. Mas quando eles não podem ir, chamo algum amigo do trabalho. Nós, mulheres, temos que ter cuidado redobrado. Fazemos o que podemos para garantir a saúde e o bem-estar da população, mas não nos garantem nossa segurança''.

A estudante de medicina Daniele Santana, 22, sente a mesma insegurança e, após ouvir diversos relatos de amigos que foram alvo de criminosos, não dispensa a companhia de um amigo ao andar pelo estacionamento do Hucam.

Segundo publicação da revista, a assessoria de comunicação do Hucam foi procurada, mas até o fechamento desta edição não respondeu nosso contato. A Polícia Civil informou que não classifica os assaltos por locais onde eles ocorrem e que casos registrados são investigados.

Outros casos


Tentativa de sequestro
21 de junho


A funcionária de uma clínica em Maruípe, em Vitória, estava entrando no carro quando foi abordada por um criminoso armado, que tentou sequestrá-la. Ela lutou com ele e conseguiu fugir, mas o carro foi roubado pelo bandido.

Baleado no hospital
10 de abril


Um jovem de 18 anos foi baleado em um hospital da Serra ao tentar socorrer o tio, que também tinha sido baleado, durante a noite. O carroceiro de 46 anos havia levado dois tiros no bairro Novo Horizonte, no mesmo município, na rua onde acontecia um forró.

No Jayme, reforço com segurança 24 horas


Após uma médica de 31 anos ter sido feita refém no estacionamento do Hospital Jayme Santos Neves, no último sábado, na Serra, a direção da instituição intensificou a segurança no local. Além do serviço de segurança 24 horas, que já existia, foi alocado um novo posto de vigilância na saída de veículos. A direção informou que ''em casos suspeitos, a equipe está orientada a acionar a Polícia Militar''.

A PM informou que atende todas as ocorrências quando acionadas por meio do 190. Na ocorrência desta sábado, a polícia foi acionada e está intensificando as rondas no hospital. A médica chegava para trabalhar e estacionou nas proximidades da entrada dos funcionários do hospital.

Quando saía do interior do veículo, ela foi surpreendida pelo criminoso que a empurrou para dentro do carro novamente. O ladrão sacou uma arma e mandou que a médica passasse para o banco do carona. O criminoso a levou até uma agência bancária e a obrigou a sacar R$ 2 mil sob ameaça de matá-la em caso de denúncia. Foram 40 minutos de medo nas mãos do bandido que a agrediu durante o crime.