Foi revelado, por exemplo, que em determinados plantões, um único médico legista chegava a se revezar em quatro salas para prestar atendimentos e que o nível de pressão para um trabalho meticuloso e de altíssima importância havia esgotado a categoria, especializada em emitir pareceres que serão decisivos para condenação de um agressor, por exemplo.
SIMES denuncia sobrecarga e condições desumanas de trabalhoOtto Baptista, presidente do SIMES, relembra que, no movimento grevista de 2014, foram denunciadas graves situações, como a sobrecarga desumana de trabalho. Um contingente de 35 legistas realiza uma série de atividades, entre elas, perícias para laudos para o seguro DPVAT nos casos dos inúmeros e crescentes acidentes de trânsito envolvendo motociclistas e automóveis; além dos exames de corpo delito, o que incluía, além das vítimas da violência urbana, todos os internos do sistema prisional, quando entravam e saíam dos presídios, demanda que havia aumentado com a expansão do complexo prisional capixaba.
Também foram denunciadas as inaceitáveis condições de trabalho dos legistas que atuavam no Departamento Médico Legal de Vitória. "Mostramos geladeiras sucateadas para abrigar os corpos com vazamentos; ossadas empilhadas; equipamentos abandonados, como um raio-x comprado e nunca utilizado", enumerou Baptista.
Para Otto, com a mobilização do SIMES na greve de 2014, os legistas conseguiram vitórias importantes, como dobrar o quadro de profissionais de 35 para 70. "O Sindicato pode agora, legalmente, representar os médicos legistas e continuar a luta por melhores condições de trabalho, pelo pagamento da insalubridade, por melhor remuneração e também reivindicar contratação de novos profissionais. Ainda ampliar o serviço com novas unidades, de Norte a Sul do Estado, uma vez que o DML de Vitória está sobrecarregado. É uma vitória do SIMES e dos médicos legistas, que podem ter o Sindicato como referência na defesa dos seus interesses como profissionais e como servidores públicos", reforçou Otto.