O Sindicato dos Médicos do Espírito Santo questiona a postura da gestão de saúde pública de Cariacica.

No último fim de semana, a população se revoltou com a longa fila e tempo de espera para conseguir atendimento no PA Infantil, do trevo de Alto Lage, em Cariacica. A superlotação causou revolta nos populares, e com razão.

No sábado, a situação do PA Infantil estava caótica, como tem sido o dia a dia do médico em Cariacica na atual gestão, já alguns anos. Escalas furadas de trabalho, péssimas condições de trabalho e um salário que vexatório, que expõe a classe e desvaloriza todo o atendimento à saúde. A gestão está, de fato, fazendo hora com a cara da população e dos médicos que servem à prefeitura.

No turno da noite, a única pediatra presente teve que atender 23 pacientes do turno anterior, emergências e ainda cobrir o seu próprio plantão. O que não foi informado, no entanto, é que grande parte dos médicos da Prefeitura de Cariacica pediram demissão após o decreto assinado pelo Prefeito no último ano e a gestão ainda não repôs para que o atendimento à população não fosse comprometido.

É importante frisar que, caso a conduta dos médicos ausentes em seus plantões no fim de semana não sejam justificadas dentro da legalidade e ética médica - o que precisa ser apurado antes culpar a classe -, o Sindicato dos Médicos do Espírito Santo cobra que as medidas legais sejam tomadas e, que, de maneira alguma, é conivente com a ilegalidade no cumprimento da Medicina.

Da mesma forma, toda matéria veiculada ou denúncia que compromete o médico no exercício de sua função terá uma sindicância aberta pelo Conselho Regional de Medicina do ES.

No entanto, o Simes reforça que o mais importante, neste momento de crise no atendimento à saúde pública de Cariacica, é buscar a realidade dos fatos. A Prefeitura tinha conhecimento da ausência de profissionais e não buscou reposição para atender a população. Esse descaso da gestão municipal de Cariacica com a saúde da população precisa ser escancarado para que a responsabilidade com a pasta não recaia sobre os médicos.