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Crianças com lábios fissurados não conseguem fazer cirurgia no ES
29/11/2017 - 14:36

Estado não oferece cirurgia, até paga a viagem, mas os centros de referência de outros estados não estão aceitando novos pacientes. No Espírito Santo, 15 crianças esperam pela cirurgia.

As crianças que nasceram com fissura nos lábios estão com dificuldade para fazer a cirurgia, que não é oferecida no Espírito Santo. O governo paga a viagem para fazer o tratamento em outro estado, mas os centros de referência não estão aceitando novos pacientes.

O Gustavo tem nove anos e nasceu com os lábios fissurados. O menino foi operado logo que nasceu. “Eu agradeço a Deus, a oportunidade que eu tive, porque se fosse hoje, eu não ia conseguir. Eu tenho que agradecer de ter conseguido ir à São Paulo, em um médico particular”, disse Daniele Rocha Ludwig, vice-presidente da Associação de Pais e Amigos de Crianças Fissuradas (Aflipa).

A mãe descobriu que Gustavo estava com esse problema ainda na gravidez, durante um exame. “Eu vi a boquinha dele balançando, porque estava soltinho. É um momento que eu lembro até hoje”.

Agora, o menino precisa de fazer outras cirurgias, mas são muitos gastos. “Eu não tenho a menor condição sozinha de arcar com essa cirurgia dele”, completou Daniele.

Uma a cada 600 crianças que nascem no Brasil tem os lábios fissurados. É um problema sério, já que muitas vezes também afeta a formação do céu da boca da criança.

“Tem aproximadamente 2.272 crianças precisando de algum tipo de atenção. Uma criança com a fissura das mais completa passa até por seis cirurgias, mas o tratamento não é só cirúrgico existe um suporte, que é garantido pelo serviço de fonoaudiologia, ortodontia, e também de otorrinolaringologia”, explicou o médico Carlos Alberto Timóteo.

No Espírito Santo, 15 crianças estão esperando para fazer a primeira das cirurgias que são indicadas nos casos de fissura completa. A secretaria de Saúde informou que os serviços que fazem essas cirurgias em outros estados estão sobrecarregados.

Por isso, diminuíram o número de novos pacientes. O governo tem um projeto para um centro estadual de referência, que atenderá esses casos. A previsão é que comece a funcionar em 2018.

Fonte: G1, Espírito Santo