Sobre

Comunicação


Governo Federal vai proibir novos cursos de medicina
22/11/2017 - 13:34

A abertura de novos cursos de Medicina no País pode ser proibida por cinco anos. A proposta é do ministro da Educação, Mendonça filho, e aguarda assinatura do presidente Michel Temer para entrar em vigor.

Segundo o ministro, a proibição é um pedido da categoria médica para preservar a qualidade do ensino. "Há um clamor dos profissionais para que se suspenda a abertura de novas faculdades em nome da preservação da qualidade", disse Mendonça à Folha de S. Paulo.

Nesses cinco anos, o Ministério da Educação (MEC) pretende realizar um estudo sobre a formação de médicos no País. Apesar disso, os editais em andamento para a abertura de cursos, lançados no governo de Dilma Roussef, serão concluídos.

Para propor a medida, o MEC levou em conta dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que apontam que o Brasil já atingiu a meta de alunos/vagas estabelecida (11 mil por ano).

Entidades médicas do Estado aprovam a iniciativa. Para o presidente do Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo, Carlos Magno Pretti, a maioria das novas escolas não possui estrutura para formar um bom profissional.

"São locais sem as mínimas condições.Muitos não têm profissionais qualificados e estão em municípios que não possuem hospital para o aluno aprender.''

Já o presidente do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo, Otto Baptista, diz que a medida já era para ter sido aprovada. "Essa iniciativa vem tarde para reparar o tamanho do estrago que foi feito na formação de médico no Brasil.''

O país conta, atualmente, com 310 escolas médicas, que devem formar 32 mil profissionais por ano até 2020. No Estado, são cinco faculdades de Medicina e pelo menos duas querem ofertar o curso. Uma é a Escola Superior São Francisco de Assis (Esfa), de Santa Teresa, que confirmou a possibilidade à reportagem.

A outra é a Multivix, que em 2015 foi escolhida pelo MEC para ofertar o curso em Cachoeiro, mas teve o processo suspenso pelo Tribunal de Contas da União após recursos de faculdades que perderam. A Multivix, no entanto, não desistiu. "Todos os investimentos necessários para a instalação do curso já foram realizados", disse a faculdade, em nota.

Entidades médicas apoiam medida do ministério


"Não há necessidade de novas escolas de Medicina". A afirmação é do presidente do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (SIMES), Otto Baptista, e encontra apoio em outras entidades da área.

Para ele, até mesmo no Estado o número já está acima do necessário. Atualmente, o curso é oferecido em cinco locais: Ufes, UVV, Emescam, Multivix e Unesc.

"Aqui no Estado já tem de sobra. É um estado pequeno que já conta com cinco faculdades. O sindicato não vê a mínima necessidade de mais escolas'', comentou Baptista.

A grande preocupação, segundo o presidente da Associação Médica do Estado do Espírito Santo, Carlos Alberto Gomes, é com a qualidade dos profissionais formados pelas novas escolas. "As escolas estão se proliferando e a qualidade da medicina está sendo nivelada por baixo", afirmou.

Ele acredita que a população é que fica prejudicada com a expansão das faculdades de Medicina. "Os alunos estão sendo jogados no mercado e quem paga por isso é a população, que será atendida por eles", destacou.

Matéria veiculada no jornal A Tribuna (18/10)