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Síndrome do pânico afeta 80 mil no Estado
22/08/2017 - 14:57

Em matéria publicada no Jornal A Tribuna, na manhã desta terça-feira (22), disse uma artesã que teve síndrome do pânico: “Quando comecei a passar mal no trabalho, achava que era hipoglicemia”.

Em uma escala crescente, a síndrome do pânico vem atingindo pessoas em todos os cantos do mundo. No Estado, cerca de 80 mil já enfrentam o problema, segundo revelaram médicos ouvidos pela reportagem.

O cenário é desenhado a partir de dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que apontou que entre 2% a 4% da população mundial é atingida por essa doença. Com base nesse montante, os médicos capixabas calculam que 2% da população do Espírito Santo já sofre desse transtorno.

O vice-presidente da Confederação Nacional dos Médicos e presidente do Sindicato dos Médicos no Estado do Espírito Santo, Otto Fernando Baptista, por exemplo, acredita que o número pode ser ainda maior, já que nem todas as pessoas têm o acesso ao diagnóstico da doença ou desistem de investigar melhor os sintomas.

O médico Sérgio Vellozo Lucas corrobora e salienta ainda que o distúrbio é o mais agudo dos transtornos de ansiedade e que, feitas as devidas proporções, já é considerado uma epidemia do século.

“O que propicia esse triste cenário são as condições dos grandes centros urbanos e as pressões as quais as pessoas estão expostas. A competitividade e as altas cobranças são cada vez maiores, fazendo da síndrome uma crescente. É uma doença que aumenta significativamente e, junto da depressão e da ansiedade, é um dos grandes males atuais”, alertou.

O psiquiatra e professor da UVV, Valber Dias Pinto, ressaltou que o episódio de pânico normalmente surge sem motivo aparente. “Ele é favorecido pelo aumento do nível de estresse no dia a dia.”

Valber ainda observou que o ataque de pânico não leva à morte, mas o desconforto emocional é muito grande. Por isso, ele diz que é preciso investigar criteriosamente os sintomas, o que, segundo ele, nem sempre acontece.

“Geralmente, as pessoas procuram um pronto-socorro achando que estão sofrendo um ataque do coração, mas como nada é encontrado no coração, muitos desistem de investigar melhor o problema.”

Há um ano, uma artesã de 26 anos começou a passar mal em seu antigo emprego. “Sentia a visão turva, pressão baixa e tremia muito, tinha dores de cabeça e cheguei a desmaiar, principalmente em situações de pressão e nervosismo”, relata.

Até chegar ao diagnóstico de síndrome do pânico ela acreditava estar com hipoglicemia.