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Vídeo mostra superlotação em setor de urgência de hospital público
18/08/2017 - 15:01

 Na noite da última quinta-feira (17), foi publicada uma matéria no portal Gazeta Online, denunciando a superlotação em setor de urgência de hospital público. Confira na a reportagem realizada pelo portal.


"Quinze pacientes naquele espaço ultrapassa todos os limites de atendimento. Estão amontoados", diz o presidente do CRM.

Em um local onde só cabem seis, estão abrigados quinze. Um aperto que fica ainda mais grave se considerar que o ambiente é a sala de emergência do pronto-socorro do Hospital Antonio Bezerra de Faria, em Vila Velha, onde macas de pacientes em estado grave disputam espaço. O cenário foi capturado em um vídeo na tarde desta terça-feira (15) pela direção do Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindsaúde-ES).

Na manhã daquele mesmo dia, uma pessoa havia morrido. “O mesmo aconteceu com outras quatro, na última segunda-feira (14)”, relata o diretor do Sindsaúde, Valdecir Gomes Nascimento. Ele conta ainda que a situação se agravou no último dia 15 porque oito dos pacientes internados na sala de emergência — conhecida como sala vermelha — respiravam por aparelhos, quatro a mais que a capacidade. “Em função dos respiradores, a rede de oxigênio está sendo sobrecarregada e caindo”, relatou Valdecir.

Outra dificuldade, aponta o diretor do Sindsaúde, vem do fato de que as macas, por estarem praticamente coladas uma na outra, impedem a passagem dos servidores e até dos médicos, prejudicando o atendimento prestado a eles. “Além da superlotação, servidores e pacientes estão sem a infraestrutura básica para o atendimento, como medicamentos, ar-condicionado, produtos de limpeza, manutenção de bebedouros, copos descartáveis e papel toalha”, denuncia Valdecir.

AMONTOADOS

Para o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Carlos Magno Pretti Dalapicola, a sala de emergência do PS do Hospital Antonio Bezerra de Faria é “um local onde os pacientes ficam amontoados”. “Esta sala sempre foi motivo de reclamação. No ano passado, quando fomos ao hospital fazer uma fiscalização, o médico fiscal teve até que ajudar na massagem cardíaca em um paciente”, conta Dalapicola.

   O volume de pacientes internados no local é inaceitável. São doentes graves, ou potencialmente graves, e que se contaminam - Presidente do CRM.

 Ele ressalta que o Hospital Antonio Bezerra de Faria é a única unidade de atendimento público na região de Vila Velha, Guarapari e Marataízes. “Vão para lá pacientes adultos em estado grave. Uma unidade que tem problemas, com uma UTI pequena, com seis a sete leitos”, destaca.

Em relação à sala de emergência do pronto-socorro, o volume de pacientes internados no local — 15, segundo o Sindsaúde — é inaceitável, relata Dalapicola. “Quinze pacientes naquele espaço ultrapassa todos os limites de atendimento. Estão amontoados. Por melhores que sejam os profissionais, médicos, enfermeiros e técnicos não conseguem fazer o atendimento adequado, o que é muito ruim. São doentes graves, ou potencialmente graves, e que se contaminam”, pontua.

OUTRO LADO


O diretor geral do hospital, Enrielton Chaves, informou que na tarde desta quarta-feira (16) só estavam no local cinco pacientes. Os demais já haviam sido transferidos para a UTI do próprio hospital ou para outras unidades do Estado.

Ele relata ainda que, desde a última segunda-feira (14), o hospital registrou um “pico incomum” de atendimento de urgência, tendo recebido vários casos de acidentes e ainda idosos que sofreram quedas, todos em situação grave. “Somos um hospital de referência, de porta aberta, que recebe todos os pacientes que nos procuram. E são atendidos na sala vermelha os casos graves, onde os pacientes são estabilizados, e lá ficam até que possam ser transferidos para uma UTI”, relatou Chaves.

Como é um setor de urgência e emergência, explica Chaves, podem ocorrer mortes. “Recebemos todo tipo de paciente, muitos em condição extremamente grave, e pode evoluir para óbito”, relatou.

A sala de emergência do PS, acrescentou o diretor, possui seis leitos. “Mas esta semana, volto a afirmar, tivemos um pico de demanda superior à nossa capacidade instalada. Mas todos os pacientes foram bem atendidos. Temos um excelente equipe, profissionais com capacidade. E, assim que possível, providenciamos as transferências”, disse Chaves.