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UPA de Alto Lage tem confusão entre pacientes e médicos, em Cariacica
25/04/2016 - 18:18

Foto: Reprodução TV Gazeta

Conforme informou
o portal G1, o médicos da Unidade de Pronto Atendimento de Alto Lage,
em Cariacica, foram ameaçados pela população, que reclama de falta de
atendimento na unidade. Um dos profissionais chegou a se esconder no
segundo andar da UPA para não ser agredido, nesta quinta-feira (14). O
setor de pediatria foi fechado por volta das 21h. A Polícia Militar foi
ao local para conter o tumulto.

A mesma situação já havia
ocorrido nesta quarta-feira (13), também por causa de demora no
atendimento, segundo os pacientes. A Secretaria de Saúde de Cariacica
disse que vai abrir uma sindicância para apurar os fatos ocorridos.

A
confusão voltou a ocorrer nesta quinta, e após serem informados,
membros do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes) foram até a
unidade. Segundo informações do diretor do sindicato, Rogério Rodrigues,
eles conversaram com o coordenador da UPA e com a população para
contornar o situação.

''Estamos em uma situação emergencial. A
população está revoltada porque não há médicos o suficiente para atender
os pacientes, mas eles não entendem que isso acontece porque a
prefeitura não fez as contratações. Os médicos estão sendo ameaçados
porque o quadro está desfalcado'', explicou.

Os tumultos na
unidade têm ocorrido com frequência, sobretudo nesta semana. Uma das
médicas plantonistas do Pronto Atendimento contou que há alguns meses a
escala de médicos não está completa, o que gera insatisfação e revolta
dos pacientes.

''Nós seguimos a orientação do CRM e atendemos
cerca de 40 pacientes por dia. A população não consegue entender e nos
deixam acuados. Já teve caso de um homem entrar armado aqui. Nós vivemos
a medicina porque gostamos, ficamos comovidos com a situação dos
pacientes, mas eles também não nos entendem. Às vezes dá vontade de
abandonar tudo, mas amamos o que fazemos'', desabafou.

Dossiê de agressões

A
superlotação somada à demora nos atendimentos têm feito com que médicos
e outros profissionais da saúde que atuam em unidades de
prontos-atendimento (PAs) sofram ameaças e agressões físicas e verbais
de pacientes. A denúncia é do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo
(Simes), que está preparando um dossiê com todas as ocorrências.

O
documento será oficializado como denúncia formal ao Ministério Público
Estadual (MPES) encaminhado a prefeitos. De acordo com o vice-presidente
do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo, Rogenir Roque Rodrigues, o
dossiê contêm a realidade enfrentada por esses profissionais.

''Estamos relatando agressões físicas e verbais. O médico trabalha inseguro, sem saber o que pode lhe acontecer''.

Na
Grande Vitória, há relatos de agressões, tanto físicas quanto verbais,
na UPA de Serra-Sede e Carapina, na Serra; PA do Trevo de Alto Lage,
Cariacica; e PA de São Pedro, em Vitória.
Segundo Rodrigues, o sindicato recebe diariamente, em média, cinco denúncias anônimas de violência contra médicos.

Advogado
especialista em defesa médica, Télvio Valim propõe punição tanto para
os autores das agressões quanto para o poder público, na figura do
município. ''Tendo em vista que o município sujeita os servidores a
esses riscos e aos traumas deles decorrentes vamos pedir indenizações na
Justiça para esses profissionais''.

O presidente do Conselho
Regional de Medicina (CRM), Carlos Magno Pretti Dalapícola, orienta que
os profissionais façam denúncias tanto ao conselho quanto ao sindicato.
''Isso leva as entidades a visitarem os locais e a fazerem relatórios,
que serão encaminhados aos gestores e ao Ministério Público Estadual'',
explica.

Municípios

O secretário de Saúde de
Cariacica, Marcelo Machado, diz desconhecer casos de agressões à médicos
e demais profissionais da saúde no PA de Alto Lage. ''Não temos
agressões físicas relatadas, acontecem com frequência ofensas verbais. A
orientação é que o profissional agredido faça um relato na coordenação
do serviço de saúde, que será encaminhado à Secretaria de Saúde onde o
caso será avaliado''.

Igualmente, o secretário de Saúde da Serra,
Luiz Carlos Reblin, afirma que não há casos de agressões físicas à
profissionais do município. Ele afirmou que as UPAs da Serra contam com
segurança particular e com o apoio da Polícia Militar, ''que faz
intervenções preventivas''.

A Prefeitura de Vitória informou que a
Secretaria de Saúde sempre orienta o registro de boletim de ocorrência
em qualquer caso de agressão ou ameaça.