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Câmara aprova prosseguimento do processo de impeachment no Senado
25/04/2016 - 18:13

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Conforme noticiou o portal G1
nesta segunda-feira (18), por 367 votos favoráveis e 137 contrários, a
Câmara dos Deputados aprovou às 23h47 deste domingo (17) a autorização
para ter prosseguimento no Senado o processo de impeachment da
presidente Dilma Rousseff. Houve sete abstenções e somente dois ausentes
dentre os 513 deputados. A sessão durou 9 horas e 47 minutos; a
votação, seis horas e dois minutos.

Às 23h08, pouco mais de 40
minutos antes do fim da sessão, o voto do deputado Bruno Araújo
(PSDB-PE), completou os 342 necessários para a autorização do processo.
Deputados pró-impeachment comemoraram intensamente no plenário;
deputados contrários ao impeachment apontaram injustiça contra a
presidente (veja a repercussão).

O processo agora deve ser
entregue ao Senado nesta segunda-feira (18), para começar a tramitar na
Casa. Os senadores podem agora manter a decisão dos deputados e
instaurar o processo ou arquivar as investigações, sem analisar o mérito
das denúncias. (veja abaixo passo a passo do processo no Senado).

A
possibilidade de uma decisão contrária a Dilma se tornou mais forte ao
longo da última semana, quando alguns dos principais partidos da base
aliada, como PP e PSD, desembarcaram do governo e anunciaram voto
favorável ao impeachment. Ainda assim, o resultado final era incerto até
a tarde deste domingo.

Durante todo o fim de semana, Dilma
procurou angariar apoio de indecisos, com a ajuda do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, mas não isso não foi o suficiente para evitar que
se alcançasse o mínimo de 342 votos necessários para a abertura do
processo.

Os dois tentaram, ainda, obter apoio popular, afirmando
que um governo comandado por Michel Temer, vice-presidente da
República, poderia por fim a programas sociais.

Em vídeo
divulgado na internet, no fim da noite de sexta (15), Dilma disse que os
''golpistas'' querem derrubar o Bolsa Família. Michel Temer reagiu à
fala e criticou o que chamou de ''mentiras rasteiras''. Pelo Twitter,
ele afirmou que, se assumir o governo, vai manter programas sociais.

O
governo sofreu alguns golpes na sua articulação para tentar barrar o
processo na Câmara. Mauro Lopes (PMDB-MG), exonerado da Secretaria de
Aviação Civil para votar contra o impeachment, acabou votando a favor da
continuidade do processo.

A Executiva do PR havia determinado
que a bancada votasse contra a continuidade do processo, mas a grande
maioria dos deputados do PR votou a favor do impeachment.

Por
volta das 22h, quando o placar já contava quase 300 votos ''sim'', o
líder do governo da Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), assumiu a
derrota, mas disse que é ''momentânea'' e que não abaterá o governo.

''É
uma autorização [o que está sendo votado na Câmara] que vai para o
Senado. A nossa expectativa é que o país se levante. Vamos continuar
lutando porque não somos de recuar e muito menos de nos deixarmos abater
por essa derrota momentânea'', declarou.

Votação

A
sessão que decidiu pela continuidade do processo de impeachment começou
às 14h deste domingo com tumulto, resultado de uma discussão entre o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e deputados governistas
que pressionavam para que oposicionistas saíssem detrás da mesa que
dirige os trabalhos. Deputados pró e contra impeachment chegaram a
trocar empurrões.

Enquanto transcorria a sessão, o Supremo
Tribunal Federal divulgou decisão do ministro Marco Aurélio Melo que
negava pedido do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) para suspender a
votação.

Antes da sessão da votação, houve mais de 40 horas de
debates, que começaram na manhã de sexta-feira (15) e terminaram por
volta das 4h da manhã deste domingo, na sessão mais longa da história da
Câmara.

O primeiro a se pronunciar antes da votação deste
domingo foi o relator do processo de impeachment na Câmara, deputado
Jovair Arantes (PTB-GO), que defendeu a abertura do procedimento e
argumentou haver ''fatos gravíssimos, que atentam contra a
Constituição''.

Em seguida, líderes partidários subiram à tribuna
para discursar e orientar o voto de suas bancadas. Às 17h45 começou a
votação. Veja como se posicionou cada liderança.

O plenário ficou
lotado com os deputados e seus familiares. Às 18h50, estavam presentes
511 dos 513 parlamentares da Casa. Os ausentes foram Clarissa Garotinho
(PR-RJ), que está de licença-maternidade, e Aníbal Gomes (PMDB-CE), que
não compareceu à sessão.