Nos últimos meses, diversos municípios do nosso território estadual têm protagonizado os piores ataques à categoria médica e aos demais servidores públicos da área da saúde. Desde o fim de 2016 até aqui, inúmeros municípios lançaram edital para contratação de médicos com salários que ultrapassam os limites do absurdo. O Sindicato dos Médicos do Espírito Santo sempre orienta a categoria sobre o ultraje que representam esses concursos públicos oferecendo três salários mínimos para uma carga horária de 20 horas semanais.

Nesta semana, entretanto, a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim aparentou não considerar o trabalho de seus médicos um ponto a ser valorizado para a melhoria do atendimento aos serviços básicos de saúde à população. O Prefeito resolveu bater o recorde e receber a alcunha de pior salário para a categoria em todo o país: R$ 970,69 - apenas R$ 33 a mais que o atual salário mínimo.

A Prefeitura busca preencher quase 90 vagas com médicos - dentre as 331 vagas ofertadas no edital para 31 área distintas, ou seja, o caos instaurado no serviço básico de saúde cairá como responsabilidade deste profissional, que mesmo antes de prestar o concurso, já assume culpa pela má gestão municipal. O Simes lamenta profundamente a postura dos gestores municipais e tomará as medidas cabíveis contra a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, visto que não é a primeira vez que oferecem salários infinitamente abaixo do Piso sugerido pela Fenam.


Dessa forma, visto o descaso da Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, o Departamento de Comunicação do Simes já iniciou campanha que orienta a categoria a não se candidatar às vagas ofertadas. São peças gráficas veiculadas nas redes sociais e veículos de comunicação interna entre a entidade e os médicos, publicações em jornais impressos de grande circulação em todo o Estado. Por fim, dado o sucesso alcançado com a campanha que buscou conscientizar a população a respeito da violência contra os médicos no município da Serra, o Simes já está implantando em Cachoeiro de Itapemirim dois outdoors em vias de grande acesso da população local, condenando o baixo salário ofertado pela atual gestão municipal.

''É inadmissível uma prefeitura de referência colocar o salário de um médico bem próximo de um salário mínimo para trabalhar 20h. Isso depõe direto com a atividade do médico, da contribuição dele para a sociedade, a responsabilidade profissional'', finaliza o presidente do Simes e da Fenam, Dr. Otto Baptista.