A respeito da investigação do Ministério Público contra os médicos do Hospital Geral de Linhares (HGL), o Sindicato dos Médicos do Espírito Santo informa que não defende a ilegalidade, mas informa que a cobrança e exposição do processo contra os médicos que não cumprem carga horária é amplamente descabida.

Os médicos que se encontram nessa situação foram cooptados pelo gestor, que não consegue fornecer ao profissional salários dignos e condições de trabalho adequadas. Dessa forma, o gestor não só é conivente, como ordena a prática de horários flexíveis dos médicos, através de uma proposta de trabalho formulada pelo poder público.

Essa é uma prática que dura décadas em todo o país, entre municípios que não conseguem arcar com os custos de um sistema de saúde pública com qualidade e, por isso, burlam o sistema, colocando o médico nessa situação de risco. O ponto mais importante dessa questão é que na relação de trabalho entre o médico e o gestor, o trabalhador é hipossuficiente e está à mercê do que determina, de forma abusiva, seu empregador.