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O médico no banco da escola: do escândalo, ao amadurecimento
10/04/2017 - 19:48

O recente caso dos graduandos em medicina, de uma universidade da Grande Vitória, expondo uma brincadeira em suas redes sociais, chocou a classe e a opinião pública em todo o Estado e tomou proporções nacionais. Tomamos conhecimento que a brincadeira não é exclusividade destes que foram expostos, mas uma recorrência em épocas de formatura, com a participação de estudantes homens e mulheres em algumas partes do país.

Para o álbum fotográfico de formatura dos alunos de sexto ano, o grupo de amigos posou com as calças nos pés e fazendo gestos com conotação sexual - uma brincadeira que excede aquilo que se considera politicamente correto. A pressão popular com requintes de revolta se espalhou pelas redes sociais e os estudantes foram expostos para todo o Brasil, com uma brincadeira que acabou se tornando uma ofensa à própria função do médico.

É importante alertar à classe médica e à população que os alunos extrapolaram os limites da figura do médico, com suas figuras pessoais. O médico tem papel público e social, deve passar segurança e seriedade aos seus pacientes. A ética médica precisa ser fomentada em todos os níveis envolvidos.

Dessa forma, não cabe, no momento, apontar para os estudantes buscando culpá-los por suas atitudes. O achincalhamento com suas imagens já é dano irreparável para suas respectivas carreiras. O momento é de solucionar esse tipo de conduta.

O Sindicato dos Médicos do Espírito Santo acredita que essa é a hora para que o diálogo entre nossa entidade e as instituições que atuam na formação dos médicos se inicie. O Simes quer saber em qual intensidade o Código de Ética Médica é destrinchado durante a formação dos médicos. Na grade curricular destes estudantes, com que frequência se discute a conduta e a postura do médico perante à sociedade? As faculdades reforçam as relações de trabalho entre médico e paciente? Quantas palestras sobre Ética Médica são ofertadas aos estudantes de medicina por semestre?

O Simes insiste que este não seja tratado como um caso isolado. Não esqueçam dos rapazes que arriaram as calças em pose pra foto de formatura. Contudo, não o façam de maneira negativa. É de extrema importância lembrar desse caso como um ponto de partida para lapidar o estudante de medicina, para que o mesmo entre no mercado de trabalho consciente de todas as responsabilidades que a função exige.

Conforme aponta o Conselho Federal de Medicina, no Código de Ética Médica, ''[...] ao médico cabe zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da Medicina, bem como pelo prestígio e bom conceito da profissão.''