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Médicos desistem de trabalhar em postos
25/04/2016 - 17:37

Foto: Imagem de Internet

Devido a ameaças, violências verbais e até físicas, levantamento do Sindicato dos Médicos do Estado (Simes) mostrou que cerca de 20 médicos desistiram de trabalhar em Pronto-Atendimentos (PA) e Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) da Grande Vitória nos últimos dois meses. Segundo o órgão, o problema ocorre principalmente em Cariacica e na Serra. ''Há médicos que passam em concursos e, quando descobrem que serão encaminhados para regiões com alto índice de violência, desistem de tomar posse'', contou o advogado do Simes, Télvio Valim.

O presidente do sindicato, Otto Baptista, disse que houve nesta semana uma reunião entre o Simes, Conselho Regional de Medicina (CRM-ES) e secretarias de saúde da Grande Vitória e do Estado para debater como melhorar a violência e reduzir a superlotação nos atendimentos. ''Estamos em estado de alerta neste final de semana, pois em período de feriado prolongado – quando as unidades de saúde estão fechadas –, pode havermaior superlotação'', explicou. Baptista afirmou ainda que foi solicitada à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) a presença da Polícia Militar durante todo o feriado nas UPAs e PAs da Grande Vitória.

''Assim, podemos garantir a segurança tantos dos pacientes quanto dos profissionais de saúde. A maioria dos médicos que desistiram de trabalhar em UPAs é de Cariacica, por isso, pedimos atenção especial ao PA de Alto Laje.'' Ele afirmou que aguarda a Câmara de Vereadores da cidade para marcar uma audiência pública com a população, a fim de discutir a saúde no município. A autônoma Dicéia Conti, 33 anos, contou que o atendimento no PA de Alto Laje, onde ela esteve ontem, é cada vez mais complicado. ''Trouxe minha filha às 13h45 e estou há mais de cinco horas aguardando. É um desrespeito'', criticou.

O presidente do CRM-ES, Carlos Magno Pretti, frisou que, se não houver segurança para o atendimento, o médico vai parar de atender. ''Se acontecer novo problema que coloque em risco a vida dos médicos, nós vamos imediatamente ao local.'' O presidente da Associação dos Médicos do Estado (Ames), Carlos Alberto Gomes, pede que a população não agrida o médico. ''A crise é culpa das prefeituras. Por causa das más condições de trabalho e má remuneração que os médicos não querem mais trabalhar nesses locais'', defende.