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Mutirão de reconstrução mamária vai atender 840 mulheres
25/10/2016 - 14:22

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica começou nesta segunda-feira (24) um mutirão para ajudar cerca de 900 mulheres que tiveram câncer de mama. Nada como dar uma recuperada na autoestima. O salão de beleza ambulante é, na verdade, um chamariz para conscientizar as mulheres sobre a importância de prevenir o câncer de mama.
 
Depois de se embelezar, cada mulher recebe uma cartilha com orientações e os direitos da paciente com a doença. ''Tem que se tratar, tem que correr atrás antes que aconteça o pior. Isso é bom'', diz Elisabeth Ferraz, assistente administrativa.
 
O tratamento do câncer exige muito da paciente. Inclui químio e radioterapia e, em vários casos, a mulher é obrigada a fazer a mastectomia, que é a retirada parcial ou total da mama. ''Não adianta colocar um lindo lenço na cabeça, ensinar a fazer maquiagem, se ela estiver mastectomizada. Ela precisa ter a reconstrução, é um direito assegurado pela Constituição”, explica Valéria Baracat, presidente do Instituto Arte de Viver Bem.
 
Mas, no SUS e até nos planos de saúde, não é fácil conseguir a cirurgia. Gertrudes esperou três anos. Quando chegou a oportunidade, o médico deu a má notícia: o câncer tinha voltado e a reconstrução teve que ser adiada. ''Ele falou para mim que não é possível fazer agora pelo fato de eu ter doenças ativas'', contou Gertrudes de Carvalho, controladora de qualidade.
 
Para diminuir o sofrimento das mulheres que aguardam por uma reconstrução mamária, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica começou a fazer nesta segunda-feira (24) em cem hospitais públicos e privados de todo o Brasil um mutirão para atender 840 pacientes que foram escolhidas pelos médicos. Essa triagem levou em consideração a condição clínica da paciente e o estágio da doença.
 
''O ideal seria que isso realmente fizesse parte do dia a dia e não ser uma coisa eventual em que você consegue atender uma ou outra paciente. Tem muito o que ser melhorado, muito o que ser mudado ainda no nosso sistema de saúde para permitir realmente um tratamento digno aos pacientes'', afirma Alexandre Fonseca, coordenador do mutirão em São Paulo.
 
O sorriso de Melina diz tudo. Um ano e meio depois, finalmente teve a mama direita reconstruída. ''Foi tirado a doença, foi feita a reconstrução, e agora nova vida'', comemora massoterapeuta Melina Brianez. O Ministério da Saúde afirmou que a reconstrução de mama deve ser realizada prioritariamente junto com a retirada. E que, quando a equipe médica avalia que não é possível, a paciente é encaminhada para acompanhamento - e faz a reconstrução depois de alcançar as condições clínicas necessárias.