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Entidades defendem gestão pública em hospital universitário e pedem medidas emergenciais
21/10/2016 - 14:08

Foto: Simes

Entidades médicas brasileiras se reuniram no Ministério da Educação para buscar uma solução para a crise enfrentada por um dos maiores hospitais universitários do Brasil. O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SinMed/RJ) e secretário de comunicação da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Jorge Darze, o diretor do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Eduardo Côrtes, o diretor de assuntos jurídicos da FENAM, Eglif de Negreiros Filho, o advogado da FENAM, Luiz Felipe Buaiz de Andrade, o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina do Rio de Janeiro, Nelson Nahon, o diretor do Conselho Federal de Medicina, Sidnei Ferreira, o presidente EBSERH, Cleber de Melo, o chefe de gabinete do Ministro da Saúde, Raphael Callou, o vice-presidente EBSERH, Laedson Bezerra Silva, o diretor de Atenção à Saúde da EBSERH, Cláudio Saab, além da assessoria das instituições presentes, e da presença da deputada federal Soraia Santos (RJ), participaram de audiência com o assessor do Ministro da Educação, nesta quarta-feira (19), em Brasília. O encontro foi solicitado por Côrtes para tratar das contratações dos profissionais de saúde necessários para a abertura dos 22 leitos do Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e de outros 40 que acompanharão as internações de pacientes cirúrgicos.
 
O Hospital Clementino Fraga da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) atende a todo o Estado, além de outras regiões brasileiras. Entretanto, enfrenta dificuldades para atender a demanda de pacientes, devido à redução de 500 para 220 leitos, ocasionada pela implosão do prédio anexo, que não teve as obras necessárias para se manter estável.
 
''Estamos lutando para ampliar nosso atendimento. Essa queda prejudicou a população do Rio de Janeiro, assim como a formação dos profissionais de saúde do Estado, especialmente o de Medicina. Em 2015, chegamos a 265 leitos e com ajuda de emendas parlamentares, além de outros recursos, devemos chegar a 410 leitos até o fim deste ano ou de fevereiro de 2017'', afirmou Eduardo Côrtes.
 
Dessa forma, a fim de atingir melhores condições de atendimento, o diretor do Hospital Universitário busca a contratação de pessoal por meio do MEC, para, assim, viabilizar a abertura de 22 leitos de CTI e 40 de cirurgia.
 
''Vinte e dois leitos de CTI, em uma média de cinco dias de internação, teriam em torno de 140 pacientes, a mais, atendidos por mês. A ampliação para 40 leitos de cirurgias resultaria em um acréscimo de 240 cirurgias por mês. Por ano seriam 2880 cirurgias a mais. As filas de cirurgias são conhecidas e nós estamos com os leitos parados. Isso não é uma ampliação do Hospital, mas sim um pequeno passo em caminho da recuperação dos 500 leitos que possuíamos'', destacou o diretor, Côrtes.
 
O Hospital Universitário possui importância social de alta relevância, devido a atuação como polo formador de profissionais da saúde, de atendimento à população, sobretudo em procedimentos de alta complexidade que não são oferecidos por outras unidades de saúde, e de pesquisas.
 
''Há um projeto em curso para entregar hospitais universitários à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Tem havido resistência do Hospital Clementino Fraga nesse processo, por reconhecer que a entrega não trará nenhum grande benefício nem melhoria da qualidade do serviço prestado. A comunidade hospitalar decidiu pela preservação da gestão pública deste Hospital. A relevância do Clementino Fraga está ameaçada com a posição do Governo Federal'', afirmou Jorge Darze.
 
O Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro têm como bandeira de luta a preservação da gestão pública e a abertura desses leitos, a fim de trazer benefícios para a população do Rio de Janeiro e de outras regiões brasileiras.