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Procurador Dallagnol cita Lula como chefe do esquema
15/09/2016 - 14:07

Foto: Imagem de Internet

Ao apresentar denúncia por corrupção e lavagem contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério Público disse que o petista é o ''comandante máximo'' do esquema de desvios de dinheiro público na Petrobrás e em outras estatais. ''Hoje, o Ministério Público Federal o acusa o senhor Luiz Inácio Lula da Silva como comandante máximo do esquema de corrupção'', disse o coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato no Paraná, Deltan Martinazzo Dallagnol na tarde desta quarta-feira (14/9).

Segundo ele, em três contratos da empreiteira OAS com as refinarias de Pernambuco (Rnest) e Paraná (Repar), o ex-presidente obteve R$ 3,79 milhões em propina. Os recursos foram pagos por meio de mecanismos de lavagem de dinheiro. Assim, foram repassados ao petistas com upgrade de apartamento triplex em Guarujá (SP), incluindo decoração e reforma.

O petista têm negado as acusações e afirma que o triplex não lhe pertencem. De acordo com Deltan, o esquema era uma tinha objetivos legítimos, a governabilidade e da perpetuação no poder. O entanto, usava um método errado, a ''propinocracia''. ''É o governo regido pelas propinas. A corrupção contamina a finalidade de perpetuação no poder. É o Partido dos Trabalhadores para se perpetuar no poder, mas de modo criminoso.''

Lula e outros sete investigados foram denunciados por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato. O procurador Dallagnol afirmou que a propinocracia se caracterizou no governo Lula por três ''grandes propósitos'' - governabilidade corrompida, perpetuação criminosa do PT no poder e enriquecimento ilícito de agentes públicos. ''A propinocracia é o governo regido pelas propinas'', afirma.

O esquema de propinas, segundo o procurador, buscou ''dar ao próprio PT uma perpetuação criminosa no poder por meio da formação de colchão de recursos usados em campanhas eleitorais''. ''Essas provas demonstram que Lula era o grande general que comandou a realização e a continuidade da prática dos crimes com poderes para determinar o funcionamento e, se quisesse, para determinar sua interrupção'', disse Dallagnol.

A Lava Jato denunciou formalmente Lula, a ex-primeira dama Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o empresário Léo Pinheiro, da OAS, dois funcionários da empreiteira e outros dois investigados.

Na denúncia contra Lula, o Ministério Público Federal pede o confisco de R$ 87 milhões. A acusação aponta ''14 conjuntos de evidências que se juntam e apontam para Lula como peça central da Lava Jato''. Segundo a denúncia, o ex-presidente poderia ter determinado a interrupção do esquema criminoso.

''O funcionamento do mensalão e da Lava Jato dependia não só do seu poder como governante, mas do seu comando como líder partidário'', afirmou Deltan sobre Lula. ''Sem o poder de decisão de Lula, esse esquema seria impossível.''

O procurador aponta a ''relação próxima de Lula com os empreiteiros envolvidos na Lava Jato, Lula é o elo comum com os envolvidos na Lava Jato''.

Dallagnol apontou para o jargão que marcou o petista quando estourou o mensalão, em 2005 - na ocasião, Lula declarou repetidas vezes que ''não sabia'' do esquema de compra da base aliada no Congresso.

''Não estamos recuperando o caso mensalão'', afirmou Deltan Dallagnol. ''Invocamos esse esquema a título de mais uma peça probatória. Depois do mensalão, Lula não pode mais alegar desconhecimento de um esquema diretamente sob seus olhares mais diretos. Dessa vez, Lula não pode dizer que não sabia de nada.''

Segundo ele, Lula enriqueceu ilicitamente. ''O ex-presidente está sendo acusado por ter recebido de forma dissimulada R$ 3,7 milhões da OAS.''