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Fenam questiona o ministro da saúde sobre o Programa Mais Médicos
20/07/2016 - 17:06

Foto: Théo Prata

O presidente da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Otto Baptista, participou de reunião na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) com presença do Ministro da Saúde, Ricardo Barros, para discutir a saúde no Brasil. O presidente da FENAM questionou a condição das UPA's no país, a situação do programa Mais Médicos e a carreira de Estado do médico.

O ministro Ricardo Barros iniciou a reunião abordando o sistema da tecnologia de informação, em que busca melhorias na parte de cadastro e, para tal, precisa ser feito um investimento na estrutura física de tecnologia do Ministério da Saúde. “O primeiro passo como ministro é melhorar o departamento de informação e dos cadastros do SUS”, afirmou.

Outra pauta foi a interlocução com médicos e entidades na área da saúde. O ministro acredita que uma comunicação uniforme e sólida pode elevar a qualidade no atendimento na pasta da saúde. Inclusive, com uma integração das comunicação, o ministro pretende reforçar o combate à dengue e às doenças causadas pelo mosquito Aedes Aegypti.

O ministro tocou, ainda, num ponto chave para a categoria médica, o Programa de Governo Mais Médicos. Seu interesse é que o programa seja fortalecido, porém, com prioridade para médicos brasileiros.

O presidente da FENAM questionou o motivo do programa Mais Médicos serem tratados como bolsas e não como vínculo trabalhista, sugerindo que fosse feita essa alteração para carreira de estado. Otto Baptista contestou, ainda, a urgência e emergência, ponto que não foi exposto pelo ministro, cientes de que a judicialização está comprometendo os recursos da saúde.

Por fim, a FENAM bateu na tecla quanto à atenção básica, que deveria estar bem apoiada. ''A política de saúde que o Ministro pretende implantar é de tornar um sistema de saúde mais informatizado. Contudo, o que a precisamos é de uma atenção básica qualificada e equipada para melhor atender a população que utiliza o Sistema Único de Saúde.'', afirmou o presidente.

A Fenam entendeu que as respostas do Ministro dadas ao presidente Otto Baptista não contemplaram exatamente o que era esperado, contudo, compreende que o tempo em que o Ministro está no cargo ainda é curto e já solicitou uma agenda para tratar dessas e outras questões da pauta da saúde. O Ministro encarregou sua assessoria de agendar o mais breve possível, em Brasília, uma reunião com a Fenam.

DEFASAGEM DAS UNIDADES DE SAÚDE

Na reunião, o principal ponto de pauta foi a defasagem das unidades de saúde pelo país. O Ministro pretende visitar e conhecer a realidade majoritária das Unidades pelo país, buscando superar as barreiras, tanto em estrutura física, como em equipamentos para o trabalho médico.

''A intenção é oferecer uma qualificação permanente aos 4 milhões de profissionais da saúde espalhados pelo país.'', afirmou o ministro. Barros apresentou um levantamento em que constavam a existência de 72 UPAS concluídas sem funcionamento, 66 UPAS concluídas, equipadas e sem funcionar, 64 UPAS funcionando sem custeio do Ministério da Saúde, entre outras informações em um cenário completamente vexatório.

O presidente da Fenam, embora contrariado quanto às prioridades dadas pelo Ministro a pautas de menor relevância, concorda que a gestão pode e deve melhorar com o pouco recurso que tem. ''O ministro afirmou que a saúde pública tem jeito e que, com pouco, ele acredita que deve fazer muita coisa. A Fenam concorda e espera que esse discurso seja o início de uma gestão que confie dignidade ao profissional médico e à população que utiliza o serviço público de saúde.'', finalizou Baptista.